Mistério

Mulher morre com tiro de espingarda na cabeça

Um casal, depois de beber muito, decidiu manusear uma arma na zona rural de Mandirituba, na madrugada de hoje (26). Um disparo foi efetuado e a mulher morreu na hora, atingida na cabeça. O marido garante que não atirou, mas foi preso pela Polícia Militar.

Luciano Milczuk Gonçalves, 34 anos, era casado com Tatiana Regina de Souza, 31, há 17 anos. O casal tem duas filhas de 8 e 14 anos, que vivem com a mãe de Tatiana.

Há quatro meses eles viviam em uma chácara que fica há seis quilômetros do Centro de Mandirituba, na estrada principal do bairro Retiro, onde trabalhavam como caseiros.

O casal bebeu por várias horas e, às 4h40, pegou a espingarda calibre 28 dos donos da chácara. “Nós costumávamos atirar para o alto de vez em quando para espantar quem passasse por perto, com medo de assaltante”, conta Luciano. Ele garante que colocou a bala dentro da espingarda e deixou a arma na mão de Tatiana, que pediu para atirar.

“Ela ficou na cozinha e eu fui fumar a poucos metros dela, do lado de fora da casa. Eu ouvi o estouro e quando vi, ela já estava no chão, toda ensangüentada do lado da arma. Me desesperei, tentei levantá-la e tentei ligar para o meu pai para pedir socorro”, relata Luciano. O tiro atravessou a cabeça da vítima, que morreu na hora.

Como o celular do pai estava desligado, ele ligou para a esposa do dono da chácara e contou que Tatiana havia cometido suicídio. O proprietário apareceu no local minutos depois, acompanhado da Polícia Militar.

Luciano, completamente ensangüentado já que ficou abraçado ao corpo da esposa, foi preso em flagrante e encaminhado junto com a arma para a Delegacia de Fazenda Rio Grande.

Até o início da tarde de ontem ele não havia sido submetido a um exame residuográfico com parafina, que poderia comprovar se ele efetuou ou não algum disparo. O mesmo exame também não havia sido solicitado para ser realizado pela equipe do Instituto Médico Legal no corpo de Tatiana.

Antecedentes

Há quatro anos, durante uma briga, Luciano deu um chute na barriga de Tatiana que causou graves lesões. A mãe dela o denunciou e ele foi indiciado pela Lei Maria da Penha. Meses depois, ele descobriu que um foragido do sistema penitenciário foi preso usando seu nome.

Ele afirma que, como havia um mandado de prisão contra esta pessoa, Luciano acabou preso por dois anos pelo roubo que o foragido cometeu, até que o verdadeiro assaltante foi localizado.

A pena que ele cumpriu indevidamente seria revertida para pagar a agressão contra a esposa. Luciano agora teme pela própria vida. “Ela tem parentes na polícia. Se eu sair daqui, sei que vou morrer”, lamenta.

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