Joceli foi morta pelo namorado, que
desovou o corpo no Umbará e ateou fogo.

O registro de desaparecimento de Joseli Fermino, 31 anos, feito pela família dela, propiciou à polícia o esclarecimento de um latrocínio ocorrido em 10 de novembro passado. O corpo de Joseli foi achado quatro dias depois em um matagal, na Estrada do Ganchinho, no Umbará, carbonizado e sem nenhuma identificação. A única referência que a polícia tinha era que que a vítima usava próteses de silicone nos seios.

Quado os familiares da vítima procuraram a Delegacia de Vigilância e Capturas, no dia 24 de novembro, os investigadores não tardaram a solucionar o mistério e em três dias a delegada Kátia Chemin Branco prendeu o autor do crime, o namorado da desaparecida, Geraldo Oscar de Moura, mais conhecido como “Emerson”, 31 anos. A prisão aconteceu em Guaratuba, onde ele veraneava, gastando o dinheiro roubado da vítima. O suspeito confessou o crime, praticado com requintes de crueldade, e contou que roubou 7.200 euros e R$ 2.944,00.

Desaparecimento

Joseli estava morando na Espanha, onde, segundo a família, trabalhava como camareira. Já o namorado disse que ela se prostituía naquele País. A jovem tinha avisado que chegaria ao Brasil no dia 10, mas depois disso não deu mais notícias. Segundo as investigações, Joseli chegou em Curitiba realmente naquele dia e foi para seu apartamento, no Portão, com o namorado Geraldo, com quem tinha um relacionamento amoroso há quase quatro anos. Ela não chegou a entrar em contato com a família, avisando da chegada, o que levou seus parentes a acreditar que tinha transferido a viagem.

De acordo com o depoimento de Geraldo Oscar, o casal começou a discutir por volta das 16h daquela segunda-feira. O motivo, segundo ele, seria ciúmes por parte de Joseli, que estaria trabalhando como prostituta na Espanha. Geraldo Oscar alegou que a mulher apanhou uma faca e, para se defender, ele tomou a arma e depois a asfixiou e bateu a cabeça dela contra o sofá, matando-a.

Corpo

Após o crime, ele deixou o apartamento e no início da noite foi até um posto de gasolina, na Rua João Bettega, e comprou dois ou três litros de álcool. Depois retornou ao apartamento com uma Blazer e pediu para que o porteiro abrisse a garagem. Geraldo contou que e o corpo de Joseli já estava começando a ficar roxo. Como ela era magra, ele colocou o cadáver dentro de uma almofada grande e desceu até a garagem. Para carregar o corpo usou um carrinho de supermercado. Após colocar a vítima no porta-malas, ele se dirigiu até a Estrada do Ganchinho, onde ateou fogo no corpo, ainda dentro da almofada. Ele também queimou uma mala de roupas de Joseli e seus documentos. Antes teve o cuidado de retirar do bolso do casaco da vítima os euros e os reais.

Achado

Quatro dias depois, o cadáver foi encontrado. A princípio a polícia suspeitou que se tratava de um travesti, já que a única coisa que restou foram as bolsas de silicone aplicadas nos seios da vítima. “A família nos procurou no dia 24 de novembro. Começamos a investigar e descobrimos que Joseli havia chegado de viagem e estado no apartamento. O condomínio também nos forneceu a fita de vídeo contendo imagens de Geraldo Oscar carregando a almofada no carrinho de supermercado”, salientou a delegada.

Com a ajuda da perita Edna de Andrade Mello apurou-se que o corpo encontrado carbonizado pertencia a Joseli. Diante das evidências, a delegada solicitou a prisão de Geraldo Oscar, que foi apanhado em Guaratuba, onde passava uma temporada com alguns adolescentes. “Ao ser interrogado, ele confessou tudo em detalhes. Com o dinheiro que ele pegou de Joseli comprou uma motocicleta Kawazaki, um Golf e viajou. Parte do dinheiro ainda estava com ele”, comentou Kátia.

Ela disse que o Geraldo Oscar já respondeu por contravenção penal e por um crime de homicídio, que acabou sendo arquivado. O último emprego do acusado foi como segurança em um bingo, onde trabalhou até maio deste ano, estando desempregado desde então.

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