Noitada

Mulher diz que foi estuprada por jogadores

Os jogadores do Esporte Clube Vitória acusados de estuprar uma mulher de 44 anos em um hotel de luxo no Centro de Curitiba ainda não foram ouvidos na Delegacia da Mulher.

O depoimento da vítima foi tão confuso que a delegada Márcia Rejane Vieira Marcondes decidiu remarcar a oitiva para sexta-feira (04), quando o exame de corpo de delito terá um resultado preliminar e poderá confirmar ou não o suposto abuso.

Por volta das 6h30 de hoje (30) ela pediu socorro em frente ao hotel, dizendo que foi estuprada. Ela estava muito nervosa e confusa. Falava, aos prantos, que os autores do crime eram jogadores do Vitória que estavam hospedados no hotel.

A Polícia Militar foi acionada e a encaminhou para a Delegacia da Mulher. Ela repassou o contato de uma amiga, que esteve com ela a madrugada toda, para confirmar a história.

A “amiga”, entretanto, defendeu os jogadores, que estavam em Curitiba porque disputaram uma partida contra o Clube Atlético Paranaense na noite de domingo. Sem se identificar, ela contou que conhece a mulher de 44 anos há seis meses, porém elas só saíram juntas três vezes, e eram apenas colegas.

Ela alegou que estava com a mulher em uma casa noturna onde elas encontraram os jogadores, e como eles tinham um horário definido para voltar para o hotel, decidiram voltar com eles e alugar um quarto para continuar conversando.

A testemunha disse que já tem amizade com os jogadores há aproximadamente um ano, e não quis dizer quem eram os quatro que saíram da casa noturna com elas.

Ela pagou R$ 300,00 por um quarto em um andar diferente de onde estava hospedada a delegação por volta das 2h, e garante que ninguém manteve relações sexuais. Ela afirma que a mulher que alegou ser vítima de estupro estava bêbada.

Horas depois, a “amiga” saiu do quarto com um dos jogadores e foi embora do hotel. Mesmo sem saber o que aconteceu em sua ausência, ela acredita que não houve estupro. “Eu conheço eles, e eles não iam fazer isso. Eu soube que eles saíram do quarto logo depois de nós. Ela só quer a imprensa do lado dela. Quer aparecer”, afirma.

Inquérito

A delegada Márcia instaurou um inquérito logo depois de ouvir a vítima. Ela já pediu imagens do circuito de câmeras do hotel, e encaminhou a mulher para um hospital, para fazer o exame de corpo de delito.

Segundo a delegada, durante o depoimento a vítima não aparentava estar embriagada, porém estava muito cansada e confusa, e por isso uma nova oitiva será feita na sexta-feira.

A vítima reconheceu dois jogadores no site do Vitória. Ela também repassou características do terceiro homem que teria ficado no quarto com ela, porém não o reconheceu na listagem de jogadores.

“Ele pode ser da delegação”, afirma a delegada. Os jogadores ainda não foram intimados para depor. “Precisamos formar um conjunto probatório para ouvi-los”, explica Márcia.

Apesar de dizer que foi estuprada, a mulher não soube dar detalhes dos abusos sofridos. Ela disse apenas que acordou nua e ferida. A denúncia tem três possibilidades de fim.

Se o exame de corpo de delito comprovar o estupro, os jogadores serão indiciados. Se não comprovar e a polícia identificar dolo, ou seja, intenção de fazer a denúncia apenas para prejudicar o time, a vítima se torna ré e pode responder por falsa comunicação de crime.

Se não for identificado dolo, nem a culpa dos jogadores, o inquérito será arquivado. O laudo do exame fica pronto entre dez e quinze dias, porém as informações preliminares já devem ser repassadas pelo médico à polícia ainda nesta semana.

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