Arrependida por denunciar o marido por agressão, a dona de casa Patrícia Rodrigues, 28 anos, procurou a polícia para retirar a queixa e pedir que colocassem o pedreiro Luís Rogério de Souza Corrêa, 33 anos, na rua e ainda se uniu ao marido para acusar policiais militares de espancamento e de roubar R$ 400. Ontem, o casal esteve no Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exames de lesões corporais. A prisão aconteceu em Fazenda Rio Grande e Luís foi solto após pagar fiança de R$ 300.
Patrícia contou que, na noite da última sexta-feira, o casal discutiu. ?Não vou mentir: levei uns tabefes, mas nada de grave. Ele só me empurrou, me jogou no chão e meu deu uns tapas?, relatou a mulher. Após apanhar, Patrícia telefonou para a Polícia Militar e solicitou ajuda, enquanto Luís ficou na casa, na Avenida Paraguai, bairro Nações II, com o filho de 3 anos. Minutos depois, Patrícia chegou em casa acompanhada de dois policiais militares. ?Eles chegaram e arrebentaram a porta. Eu estava com meu filho de 3 anos no colo. Mesmo assim, os policiais me agrediram?, contou Luís, que denuncia que foi agredido pelos policiais durante 20 minutos, até ser arrastado para fora da casa. ?Eu vi os PMs batendo no meu marido e disse que não precisavam fazer aquilo. Só chamei a polícia porque ele estava muito alterado, mas não esperava que fossem fazer aquilo?, acrescentou a dona de casa. ?Eu queria que prendessem, não que batessem. Ainda roubaram nosso dinheiro e um dos policiais tentou me agarrar?, delata a mulher.
Os militares levaram o casal para a delegacia de Fazenda Rio Grande e Luís foi autuado em flagrante pelo delegado Carlos Roberto Bacila, pela Lei n.º 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. ?Inclusive ela prestou depoimento confirmando que foi agredida. Por isso, o Luís foi autuado em flagrante?, contou o superintendente Valdir Bicudo.
Na segunda-feira, Patrícia retornou à delegacia e solicitou que a queixa fosse retirada. ?Tivemos que pagar fiança para o meu marido sair?, lamentou Patrícia.
Investigação
O comandante do 17.º Batalhão da Polícia Militar, Marcos Scheremeta, disse que ainda não foi informado sobre o caso, mas aconselhou a vítima a procurar a companhia da PM da Fazenda Rio Grande ou o Batalhão em São José dos Pinhais para registrar a ocorrência.