Com um tiro nas costas, a jovem Viviane Dias David, 18 anos, foi morta na madrugada de ontem – à 1h30 – quando passava pela Avenida Anita Garibaldi, próximo do terminal de ônibus da Barreirinha, na garupa da motocicleta pilotada pelo seu marido, o soldado da Polícia Militar Ricardo Pereira – lotado em Almirante Tamandaré. O crime teria sido praticado por causa de um “bate-boca”. Foi o segundo assassinato ocorrido em menos de 24 horas, em bairro de classe média de Curitiba, em que a vítima era uma jovem. O outro aconteceu na madrugada anterior, na Água Verde.
Segundo a primeira versão apurada pela Polícia Militar, dois homens se aproximaram quando o condutor reduziu a velocidade, perto de uma lombada. Temendo o assalto, Ricardo teria acelerado e um dos bandidos atirou nas costas de Viviane.
A segunda versão, confirmada em seguida pelo próprio companheiro da vítima, relaciona o crime a um desentendimento com frentistas. Pouco antes do tiro fatal, Ricardo, Viviane, a irmã dela, Eliane, e uma sobrinha saíram de casa, no Jardim Roma, em Almirante Tamandaré, em direção à unidade de saúde do Boa Vista. No caminho, Ricardo parou para abastecer o carro, num posto de combustíveis da Avenida Anita Garibaldi. Por causa de uma manobra brusca, houve discussão e um dos frentistas chutou a porta do veículo. O PM foi embora, mas avisou que voltaria ao posto.
Eliane e a filha ficaram no posto de saúde, e Ricardo, retornou para casa com a mulher. Apanharam a motocicleta de um irmão dela e sairam outra vez. Eliane, que os aguardava no posto, estranhou a demora deles. “Ela ligou desesperada para casa, dizendo que o Ricardo ia voltar armado ao posto de gasolina. Achava que alguma coisa tinha acontecido”, contou Creuza, mãe da vítima.
Em seu depoimento, o PM confirmou ter retornado ao posto da Barreirinha para tirar satisfações. Logo na entrada, Viviane, que empunhava uma arma, deu dois tiros – o marido não soube dizer em que direção ela disparou. “Em seguida, houve o revide, e a mulher foi atingida. Como estavam de capacete, é possível que o pessoal do posto os tenha confundido com assaltantes”, falou o superintendente Paulo, da Delegacia de Homicídios. Ricardo segurou a mulher e andou 300 metros sobre a moto, até parar e chamar o Siate. A jovem morreu a caminho do Hospital Cajuru. A polícia deve agora intimar os funcionários do posto para esclarecer a situação e identificar o atirador.