Mulher de 85 anos tem casa invadida por PMs

Ao ter sua casa invadida por policiais da Força Samurai, da Polícia Militar, na sexta-feira pela manhã, a anciã Lydia de Paula Pliskeviski, 85 anos, levou um susto e sofreu um ataque cardíaco. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Nossa Senhora do Pilar. A polícia fazia uma grande operação, denominada “Limpeza no São Braz”, que resultou nas prisões de sete pessoas.

A invasão aconteceu às 7h. Lydia reside na Rua Bôrtolo Parise e os detidos moram nas proximidades. Durante a operação, os policiais militares pularam o muro da casa dela, arrombaram a porta com armas em punho e colocaram armas na sua cabeça. “Eles queriam saber onde estavam as armas e as drogas. Os policiais a obrigaram a abrir todos os armários, revistaram a casa e nada foi encontrado”, denunciou a aposentada Maria Catarina Alexandre, filha de Lydia.


Investigação furada

“A polícia fez investigação e não viu que ali morava uma senhora de 85 anos, com graves problemas de saúde? Minha mãe é uma das primeiras moradoras do Jardim Savóia. Nunca se envolveu em qualquer coisa ilícita e jamais iria traficar, nem ter armas ou drogas dentro de casa”, salientou  Maria Catarina, revoltada. Ela contou que sua mãe ficou traumatizada com a invasão. “Ela já tinha problemas cardíacos e isso agravou seu estado de saúde.”

Além da casa de Lydia, os policiais militares também invadiram a casa do filho dela, André Pliskieviski, que reside no mesmo terreno. “Entraram da mesma forma, gritando “cadê o Chupim?”. Chupim é o apelido do vizinho, Éderson Fernandes de Souza Góis, 26, que foi preso durante a operação. “Acho que eles pensaram que a minha cunhada Odete era a mãe do Chupim”, salienta. “Os policiais ainda invadiram o quarto onde dormiam as duas netas de Odete. “Acordaram as crianças gritando mãos ao alto”, acrescentou. Segundo ela, mediante a mira de armas e gritos, Odete foi obrigada a levar os policiais até a casa de “Chupim”, onde foram efetuadas as prisões. “Depois os policiais ainda os obrigaram a assinar um papel dizendo que permitiram a revista na casa.”

Maria Catarina disse que hoje irá procurar o 12.º Batalhão da Polícia Militar para formalizar a denúncia contra os PMs.

Denúncia será apurada

O major Antônio Zanatta Neto, responsável pela comunicação social da Polícia Militar, disse estar surpreso com a denúncia da família Pliskeviski. “O que causa estranheza é que esta operação aconteceu na sexta-feira e só agora apareceu a denúncia. Mas, vamos apurar a situação”, disse. Zanatta salientou que as operações da Polícia Militar são transparentes e que toda a imprensa foi convidada a acompanhar. “Tenho preocupação, pois divulgamos muito esta operação e ninguém veio comentar nada. Mas, se houve excesso ou alguma arbitrariedade, iremos apurar”, assegurou.

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