Muita gente faz o bem!

Dos 18 mil policiais militares que compõem o efetivo da PM no Paraná, 1.200 receberam homenagens, só este ano, pelos bons serviços prestados à sociedade ou por atos de bravura. No mesmo período, 27 foram excluídos para o bem do serviço público. A estatística pode ser confirmada na Diretoria de Pessoal da Polícia Militar, que mantém rigoroso controle da ficha funcional de cada um dos milicianos.

De acordo com o tenente-coronel Mário José Thais Martins, diretor do departamento, a maioria das homenagens partiu de pedidos feitos pela própria população, que se sentiu satisfeita com o atendimento recebido. ?Embora tenhamos problemas ocasionais de desvio de conduta – os quais procuramos punir com rigor -não há como generalizar.

Os números demonstram isso muito bem?, comentou o oficial, salientando que pelo menos 60% da tropa, atualmente, tem curso superior, o que eleva o nível cultural e o de atendimento ao público.

Os oficiais, em sua maioria, além da formação na Academia Policial Militar do Guatupê (que equivale à formação superior), ainda se aprimoram em outros cursos em faculdades diversas, pós-graduações e mestrados.

O aprimoramento intelectual e cultural, ao longo dos anos, tem promovido modificações nos serviços prestados pela corporação. Muitos deles, em vez de combater o crime como efeito, buscam trabalhar com a causa, numa seqüência lógica para tentar reduzir a criminalidade. Um dos mais importantes trabalhos desenvolvidos pela PM, neste sentido, é o Programa Nacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Uma iniciativa copiada dos norte-americanos, que vem sendo sucesso em todo o Estado.

Programa

O Proerd, pode-se dizer com segurança, é a ?menina-dos-olhos? da tenente-coronel Rita Aparecida de Oliveira, coordenadora do programa. Ela é a primeira mulher a chegar a essa patente no Paraná, e abriu mão de comandar outras unidades que lhe foram oferecidas, para dar continuidade ao que estava fazendo junto às crianças das escolas da capital e do interior, desde 2000, quando a atividade foi instalada. Coronel Aparecida, como é chamada, não consegue esconder o brilho nos olhos, quando revela números expressivos de meninos e meninas que são orientados por policiais treinados, a dizerem não às drogas e à violência.

Só neste ano, o Proerd deverá formar 140 mil crianças da rede estadual de ensino, com idades entre 9 e 12 anos, que freqüentam as 4.ª e 6.ª séries do ensino fundamental. Desde que foi criado, o programa já atingiu 557 mil alunos. Com um bate-papo amigo e recursos audiovisuais, os alunos têm contato com os PMs (são 200 espalhados nos diversos municípios), que explicam o que são as drogas, o que motiva a violência, o mal que isso faz e ensinam como ficar fora disso tudo. Revelam o quanto é importante dizer ?não? ao traficante.

Depois de formados, os alunos mais velhos se transformam em agentes multiplicadores. Ensinam os irmãos, contam aos pais, cobram continuidade dos professores e formam, muitas vezes, grupos para a prática de esportes, que os incentiva a manter amizades sólidas e seguras.

Tratamento ?animal?

Divulgação/PMPR
Movimentos do cavalo ajudam
na recuperação.

Existe outra atividade da PM que poucos conhecem, mas quem conhece jamais esquece. No Regimento Coronel Dulcídio (o da Polícia Montada), situado no Tarumã, é desenvolvido um trabalho social para ajudar pessoas (principalmente crianças) com deficiências motoras, mentais, traumatismos cranianos e patologias genéticas através da hipoterapia, que, ,como o nome sugere, usa cavalos como instrumento de trabalho multi e interdisciplinar.

Há algumas clínicas particulares que usam o mesmo tratamento com bons resultados. E cobram caro. No Regimento é tudo de graça. O cavalo, passo a passo, produz movimentos tridimensionais (para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita) que são similares aos padrões do movimento humano e que se encontram alterados nas crianças com problemas motores.

O soldado e fisioterapeuta William de Andrade Veiga, trabalha há dois anos no Regimento e se sente grato com isso. Ele atende cerca de 30 crianças por semana junto com a sua equipe: soldados Ferreira e Jonatas.

Bárbara, uma garotinha de 3 anos, foi levada pelos pais em busca de ajuda para um problema de miolomeningoceli (nasceu com a medula exposta). ?Bárbara me surpreendeu. Antes de iniciar o tratamento, a cada três passos ela se ajoelhavam e não queria mais andar.

Com um mês de trabalho de hipoterapia, ela passou a andar em torno de dois minutos sozinha?, comemora William, emocionado.

A hipoterapia atende filhos de militares e civis, sem custo algum, quem tiver interesse pode ligar par o telefone (41) 3367-7005 ramal 33,  falar com William.

Agir nas causas pra evitar o crime

Divulgação/PMPR
Projeto Formando Cidadão
resgata adolescentes.

A realidade brasileira revela que grande parte das crianças pobres estão pelas ruas, em situação de risco. Mas não estão ali porque querem e sim porque não têm outra opção. Lançar os olhos sobre elas e dar oportunidade de uma vida melhor é o objetivo do Projeto Formando Cidadão, outra iniciativa desenvolvida pela Polícia Militar do Paraná, em parceria com prefeituras municipais do Estado.

Em Curitiba, o projeto está a cargo de duas unidades: o Regimento Coronel Dulcídio (ou Regimento de Polícia Montada, com também é chamado) e o 13.º Batalhão. PMs, em parceria com membros da Fundação de Ação Social da Prefeitura, buscam resgatar a dignidade de adolescentes entre 12 e 17 anos, cujas famílias estão desestruturadas. Na Região Metropolitana, desde 1995, a 3.ª Companhia do 17.º Batalhão, em Campo Largo, ?dá tratos à bola? para manter sua bem-sucedida experiência de atender os garotos do município.

Em Campo Largo são atendidos 55 garotos, que todos os dias freqüentam o projeto em duas turmas. Uma pela manhã, para quem estuda à tarde, e outra à tarde. Estudar é requisito obrigatório para os participantes. No quartel eles têm atividades como futebol, karatê, musicalização e ensino religioso. Os garotos adoram e os pais agradecem. É a chance que eles precisavam para sair das ruas. Willian, de 14 anos, está no projeto em Campo Largo há 3 anos. Com a concordância da mãe, ele diz que está muito feliz. Conta que já tem ?até a farda? e que aprende muita coisa boa. Certamente Willian já sabe fazer sua escolha na brincadeiras de ?polícia e ladrão? e as levará para sua vida futura.

Gratificante

Para a major Mirian Biancolini Nóbrega, que trabalhou na coordenação do PFC do 13.º BPM, e hoje é a Chefe da Comunicação Social da Polícia Militar do Paraná, a mudança de atitude dos adolescentes que participam do Projeto é visível. ?É extremamente gratificante ver a mudança de atitude e comportamento dos adolescentes. Isso melhora, inclusive, o relacionamento entre a PM e as famílias atendidas?, comentou.

Para participar do Projeto Formando Cidadão, é pesquisado entre educadores sociais do município sobre a necessidade e os riscos das famílias, das crianças ou dos adolescentes. Além das instruções que os adolescentes recebem no PFC, as famílias do formando recebem além de uma cesta básica, acompanhamento da Fundação de Ação Social do município.

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