Caso Virgínia

MP questiona perícia no caso de pacientes que morreram no Evangélico

O Ministério Público do Paraná (MP) pediu à Justiça esclarecimentos ao perito que analisou os prontuários de sete pacientes mortos que, supostamente, tiveram suas vidas interrompidas pela médica Virgínia Soares de Souza e outros seis funcionários do Hospital Evangélico. A perícia, que demorou quase um ano pra ficar pronta, foi entregue aos promotores responsáveis pelo caso em novembro. A análise, assinada pelo perito médico do Instituto Médico-Legal do Paraná Carlos Alberto Peixoto Baptista, beira à nulidade. O MP afirma ainda que houve falta de cuidado ao realizar a perícia, pois o perito usou cópia de textos usados na internet, sem citação de origem e referências em sites populares sem conteúdo científico.

“Facilmente se percebe que o laudo pericial contém respostas confusas, truncadas, contraditórias”, afirmou o texto que foi protocolado pela promotoria de Proteção à Saúde Pública e pela promotoria da 2.ª Vara do Júri de Curitiba.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou que a Polícia Científica não foi notificada ainda sobre o pedido de esclarecimentos, portanto, não poderia comentá-lo.

Defesa da médica

O advogado de defesa da médica, Elias Mattar Assad, afirmou que também solicitou esclarecimentos. Segundo Assad, o perito não encontrou indícios de antecipação de morte nos prontuários porque não têm.

“O perito do IML do Paraná é uma pessoa instruída, preparada pra responder a perícia que foi submetida ele. Ele fez as análises e respondeu as perguntas”, disse. De acordo com o advogado, o MP não pode responsabilizar a médica e equipe por não ter havido crime. Por isso, afirmou ele, não há como responder perguntas sobre as supostas circunstâncias questionadas. “Neste caso criminal os que menos entendem são os que mais suspeitam”, ressaltou.

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