Uma nova denúncia por corrupção passiva contra o delegado Armando Marques Garcia e dois investigadores da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas – Edson Luiz Facchi e Araci de Mattos Leite – foi protocolada ontem pelo Ministério Público. Garcia e Mattos já estão presos há mais de três meses, denunciados por corrupção e envolvimento com a quadrilha de roubo de cargas que agia na região de Rio Negro. Mesmo assim, o promotor Luiz Fernando Delázari pediu novamente a decretação da prisão preventiva dos três acusados, para garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal.
Conforme está relatado na nova denúncia, os policiais – todos na época lotados na Estelionato e Desvio de Cargas – teriam pedido R$ 80 mil para liberar um caminhão-tanque carregado com 35 mil litros de gasolina, que havia sido apreendido no dia 6 de setembro. Um inquérito policial foi instaurado para investigar uma possível adulteração do combustível. Porém, quatro dias depois, quando o empresário dono do caminhão foi interrogado, o delegado pediu o dinheiro para liberar o veículo.
Segundo afirmou o promotor Delázari, que assinou a denúncia junto com outros promotores (esta medida é normalmente tomada para que não aconteçam ações de represálias contra quem denuncia policiais), “ao que parece foi organizado um esquema criminoso dentro da delegacia para obter lucro ilícito na atividade policial”.
O crime do qual os policiais estão sendo acusados prevê pena de um a oito anos de reclusão, além de a multa, no caso da denúncia ser acatada pelo Judiciário e ocorra condenação dos envolvidos no processo final.
