O coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, enfatizou ontem que a proposta da Secretaria da Segurança Pública de determinar prazo para a permanência de policiais no grupo é inviável. Para ele, a mudança da equipe pode prejudicar as investigações e, além disso, não vê nenhuma justificativa plausível para o secretário Cid Vasques fazer tal exigência.
“Entendemos que essa determinação não pode ser unilateral, já que também afeta os trabalhos do Gaeco”, enfatizou. Em reação a tal posicionamento da Sesp, Batisti pediu que o secretário fosse afastado do cargo. Vasques é promotor do MP e se licenciou para assumir a secretaria.
Qualificação
Em nota oficial, o secretário de segurança respondeu: “O rodízio de policiais atuantes no Gaeco propicia maior qualificação para um número maior de profissionais. A experiência adquirida em cooperação com os promotores de Justiça do Gaeco, especialmente nas ações do controle externo da atividade policial, habilita esses servidores para uma atuação muito mais qualificada no âmbito das corporações a que pertencem”.
Segundo a proposta da Sesp, os policiais ficariam até dois anos no Gaeco. “No retorno, eles podem disseminar o conhecimento adquirido com outros colegas. A troca de policiais – civis e militares – está sendo analisada caso a caso”, diz a nota da Sesp.
Afastamento
A decisão sobre o afastamento do secretário será votada, nos próximos dias, pelo Conselho Superior do Ministério Público. Vasques não se pronunciou sobre o caso. Situação semelhante ocorreu com o ex-secretário da Segurança Luiz Fernando Delazari. Em 2007, ele se viu forçado a pedir exoneração do cargo no MP para continuar na Sesp. A diferença entre os dois casos é que Delazari foi admitido depois da Constituição de 1988 e havia proibição para assumir a secretaria, o que não acontece com Vasqes, que ingressou antes daquele ano no MP.