O Ministério Público (MP) do Estado ofereceu denúncia à Justiça, ontem, das acusações que pairavam sobre a Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas (Apeop) como meio de fraudar licitações de obras financiadas pelo Estado. A promotora Marla Blanchet, do MP, não revelou contra quem as denúncias foram feitas, mas nos bastidores o comentário era que os seis foragidos da Justiça, com mandado de prisão preventiva decretado no fim da semana passada, receberiam este parecer – são eles Emerson Gava, Fernando Gaissler Moreira, Carlos Henrique Machado, Lucídio Bandeira Rocha Neto, Lucas Bach Adada e Mário Henrique Furtado Andrade. A reportagem apurou, porém, que Emerson Gava foi denunciado pela promotoria e deve aguardar pronunciamento do juiz, para saber se será ou não levado a julgamento.
O processo deve ser encaminhado ainda hoje à 10.ª Vara Criminal de Curitiba, que cuidará dos julgamentos. Ainda não se sabe quais crimes foram atribuídos pela promotora a Gava e aos outros possíveis denunciados. No inquérito policial, entretanto, os crimes que levaram a polícia a indiciar um total de 27 pessoas, por suspeitas referentes a licitações da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) foram fraude, formação de quadrilha, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva e formação de cartel.
O delegado responsável pela operação, Sérgio Sirino, viu na decisão da promotora um sinal de que o trabalho que vem sendo realizado há cerca de dois anos pela polícia surtiu efeito. "É uma ótima notícia", considerou.
O advogado de quatro dos indiciados, Roberto Brzinski, foi procurado pela reportagem, mas não retornou as ligações para comentar o assunto. Até a noite de ontem, porém, não constava entrada de pedido de relaxamento de prisão (habeas-corpus) no Tribunal de Justiça para os foragidos.
Editais
Ontem pela manhã, era esperado que o governador Roberto Requião se pronunciasse a respeito da possibilidade de cancelamento dos editais da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) investigados na operação, durante a reunião da operação Mãos Limpas. Mas o governador ainda deve esperar pelos pareceres judiciais para falar a respeito. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, Requião sequer tocou no assunto.