O assassino do escritor e jornalista Wilson Pinto Bueno, 61, foi denunciado, ontem, pelo Ministério Público, por homicídio e furto, e não latrocínio (roubo com morte), conforme indiciamento sugerido pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Cleverson Petreceli Schmitt, 19, matou Bueno a golpes de faca na nuca, na casa dele, na noite de 30 de maio, por causa de dívida de R$ 130, relativa a programa sexual.
Ainda na denúncia, a promotora Fernanda Nagl Garcez, da Promotoria de Inquéritos Policiais, ressaltou que o autor agiu por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Agravantes que podem levar a condenação maior.
A promotora requereu laudos a serem anexados aos autos e solicitou perícia no computador da vítima, apreendido pela DFR, determinando que seja encaminhado ao Instituto de Criminalística.
Na análise do inquérito, ela pediu a anulação da prisão em flagrante do acusado, salientando que ele foi localizado e detido dois dias depois do crime. No entanto, ao mesmo tempo, requereu a prisão preventiva de Cleverson, lembrando que há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime, além da confissão. Isso impede que a defesa do acusado peça a anulação e consiga colocá-lo em liberdade, com base em erro da polícia.
Maconha
Fernanda Garcez cobrou da polícia o destino de um tablete de maconha, apreendido no escritório da vítima, e que não apareceu nos autos. Ela pediu à Corregedoria da Polícia Civil a instauração de inquérito policial para que seja formalizada a apreensão e para que seja apurado se houve crime praticado pelos policiais no que diz respeito à droga.
A maconha foi encontrada junto à porta do escritório de Bueno, onde ele foi assassinado. A ação penal deve seguir para uma das Varas do Tribunal do Júri, onde o processo deve tramitar a partir do recebimento da denúncia.
