Um mês depois da selvageria nas arquibancadas da Arena Joinville (SC), protagonizadas por torcidas do Vasco e do Atlético Paranaense, que terminaram com quatro feridos gravemente, a Justiça catarinense recebeu a denúncia do Ministério Público contra 28 torcedores. A maioria foi denunciada por formação de quadrilha, dano ao patrimônio público e incitação e prática da violência – crime previsto no Estatuto do Torcedor.

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Quatro vascaínos, três presos em flagrante no dia da confusão, mais Bruno Pereira Ribeiro, 31 anos, detido na semana passada, foram denunciados por tentativa de homicídio, e ontem, a 1.ª Vara Criminal de Joinville recebeu o pedido do MP-SC para que Arthur Barcelos Lima, Jonathan Fernandes dos Santos e Leone Mendes da Silva sejam levados à júri popular. Leone foi flagrado com uma barra de ferro com pregos, agredindo um torcedor atleticano.

Foragidos

Dos 31 torcedores denunciados, 25 estão presos e seis continuam foragidos. Dois estão detidos no Rio de Janeiro e um em Curitiba. Dos 21 detidos em Santa Catarina, parte está no Presídio Regional de Joinville e parte na Penitenciária Industrial da cidade. Entre os presos está no ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti e Willian Batista da Silva, 19 anos, vítima mais grave da confusão.

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A juíza Karen Francis Schubert Reimer, que está julgando o caso, negou todos os pedidos de liberdade feitos por advogados dos torcedores. Ela retornou ontem do recesso de fim de ano e, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, deu início à análise das denúncias do MP. Após apreciação preliminar, as audiências de instrução começarão a ser marcadas. A decisão que deve sair primeiro é quanto ao pedido de júri popular.

Penalidades

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A denúncia do MP foi fundamentada pelo inquérito policial, que usou como base imagens captadas por cinegrafistas e fotógrafos. A briga começou aos 17 minutos do primeiro tempo, quando o Atlético vencia por 1 a 0. Os torcedores trocavam socos e pontapés nas arquibancadas e a polícia demorou a agir. Após a dispersão dos brigões, os feridos receberam atendimento. Três vascaínos foram presos ao redor do estádio e, na semana seguinte, os demais torcedores começaram a ser detidos em seus estados de origem, na Operação Cartão Vermelho.

Os times também receberam punições. O Atlético perdeu 12 mandos de jogo, sendo seis jogos com portões fechados e seis a 100 quilômetros de Curitiba. O Vasco perdeu oito mandos, quatro jogos com portão fechados e outros quatro a 100 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro. Os times entraram com recursos, que devem ser julgado até fevereiro. A partida em que a briga aconteceu era da última rodada do campeonato e era decisiva para ambos. O Furacão buscava vaga na Libertadores, e conseguiu. O Vasco lutou, em vão, contra o rebaixamento.