A atitude irresponsável do motorista do ônibus biarticulado placas AJI-5187, Adnilson Campos Santana, 38 anos, resultou na morte do taxista Marcelo de Jesus Moura, 37, na tarde de ontem. Marcelo foi atropelado na Avenida Sete de Setembro, esquina com a Rua Lourenço Pinto, pelo motorista, acusado de falar ao celular enquanto dirigia. Adnilson foi preso em flagrante no começo da noite pelo delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito. Ele responderá pelo crime de homicídio com dolo eventual – mesma autuação sofrida por motoristas alcoolizados que provocam acidentes fatais.
O atropelamento aconteceu por volta das 14h15, quando o taxista saiu do Shopping Estação e atravessou a rua rumo ao seu carro, estacionado em frente à Praça Eufrásio Corrêa. Segundo passageiros do ônibus da linha Centenário – Campo Comprido, Adnilson falava ao celular e não viu Marcelo. ?Ele não freou, nem tentou desviar. Quando percebeu já tinha atropelado.
Fico indignado porque poderia ter sido um filho meu?, disse uma das testemunhas, que, reunida com outros passageiros, protestava ao lado do corpo do taxista.
Policiais do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) coletaram o depoimento das testemunhas, entretanto, os policiais não passaram a informação do telefone à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Foi através da imprensa que o delegado foi informado que o motorista falava ao celular.
Preso
Assim que soube da atitude de Adnilson, o delegado Armando Braga intimou o motorista e uma testemunha para comparecerem na delegacia. Além do relato do passageiro, confirmando o uso indevido do aparelho, o delegado apanhou o telefone de Adnilson e, através do registro de chamadas, confirmou que ele falava no telefone enquanto dirigia. ?Adnilson saiu da Praça Rui Barbosa às 14h13. Um minuto depois, ele recebeu um telefonema que durou 2 minutos e 40 segundos, exatamente o tempo que o ônibus leva para chegar em frente ao shopping?, explicou Braga.
