Foto: Alberto Melnechuky |
Franque tentou se abaixar, mas dois dos 10 tiros o acertaram. continua após a publicidade |
Depois de participar de uma partida de futebol com policiais civis, o motorista da Prefeitura Adão Franque, conhecido como ?Frank Lindo?, 43 anos, foi assassinato às 21h de quinta-feira, no Campo Comprido. O criminoso, que usava capuz, efetuou dez tiros de pistola calibre 9 milímetros, que acertaram os vidros e a lataria do Vectra placa CKB-2626, que Adão dirigia. Um deles atingiu o peito e outro a perna esquerda da vítima.
Como era de costume, Franque encostava o carro e buzinava para que sua filha, de 16 anos, abrisse o portão da casa, na Rua João Batista Chiarello, Conjunto Framboyant. Assim que a garota saiu com a chave do cadeado nas mãos, viu um homem encapuzado próximo à porta do motorista do Vectra, com uma pistola em punho. Em seguida, o desconhecido descarregou a arma.
Desespero
Franque ainda tentou escapar e por pouco não conseguiu. Ele deitou no banco do carro, mas um dos disparos que acertou seu peito do lado esquerdo foi fatal. Em seguida, o atirador correu e entrou em um Gol branco, em que outro homem o aguardava. ?Isso é coisa de amador. Efetuou dez disparos para acertar dois?, comentou a perita Jussara, da Polícia Científica. Ela disse que irá fazer exame minucioso e pediu para que o carro fosse recolhido para perícia. ?Foi um crime cruel. Mataram na frente da casa e da filha da vítima?, comentou.
A placa do carro usado pelos criminosos foi anotada por vizinhos de Franque e passada para a polícia. Porém, nenhum Gol branco, em situação legal, duas portas, tem aquela numeração, segundo a polícia militar.
Vingança
Pelas circunstâncias, tudo indica que o crime foi motivado por vingança. As hipóteses apuradas pela polícia são muitas. Entre elas, a de que alguém acreditou ter sido denunciado por ele. Também são investigadas as possibilidads de briga em jogo de futebol ou motivo passional. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, que ainda não tem suspeitos do crime.
Sonho de ser político
Franque costumava freqüentar diversas delegacias da capital. Pelos laços de amizade, muitas pessoas acreditavam que ele era alcagüete da polícia, mas os policiais que estiveram no local garantiram que ele nunca fez denúncias contra marginais.
Nas quintas-feiras, Franque ia a uma cancha de futebol, no bairro São Brás, onde policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e da Delegacia de Furtos e Roubos de veículos (DFRV) costumam jogar bola. Nos outros dias ele ia a outras canchas, jogar futebol. Segundo comentários no local, há pouco tempo ele teria se envolvido em uma confusão quando foi jogar futebol na Vila Amélia.
Franque também era um freqüentador da noite curitibana e conhecido de diversos donos de estabelecimentos noturnos. Devido a seu grande círculo de amizades, sonhava em ser político. No vidro traseiro do Vectra, ele já adiantava a propaganda eleitoral do ano que vem, quando pretendia ser candidato a vereador mais uma vez. Na última eleição, Franque concorreu a uma vaga na Assembléia Legislativa e conseguiu obter mil votos.