O caminhoneiro Augusto Aparecido Liziero, 42 anos, não pôde abraçar sua esposa Solange, com a qual tinha quatro filhos e era casado há 21 anos, ao chegar em sua casa, no Jardim Central, em Colombo, às 20h30 de ontem. Quando parou o Escort placa KBO-1095, de Palmital, em frente ao portão da residência, foi assassinado com três tiros. Solange, que tirava a trava do portão, só ouviu os disparos, mas nada pôde fazer.
O superintendente Job de Freitas, da delegacia do Alto Maracanã, disse que uma pessoa que passava pelo local viu quando Augusto encostou o carro e ficou aguardando, dentro do veículo, sua mulher abrir o portão. De repente, dois jovens se aproximaram e em seguida a testemunha ouviu os disparos e viu os assassinos correndo. “A testemunha descreveu os criminosos, vamos encaminhá-la para auxiliar na confecção do retrato falado, que deverá auxiliar nas investigações”, salientou o policial. Ele disse que os rapazes usavam bonés e vestiam jaquetas de náylon.
Tiros
Levantamentos preliminares da Polícia Científica constataram que Augusto foi atingido na cabeça, na axila e de raspão na orelha. O vidro do banco do passageiro também foi estilhaçado por uma das balas.
A mulher de Augusto contou aos policiais que só viu os rapazes correndo e desaparecendo na escuridão, já que há falta de iluminação na rua, que ainda é cercada por um matagal.
Após colherem dados no local, os investigadores Muricy e Osvaldo, da delegacia do Alto Maracanã, apontaram que a vítima pode ter sido morta em uma tentativa de roubo. “Talvez os assaltantes se assustaram com alguma reação do homem ou com a chegada da mulher”, comentou Muricy.
O superintendente Job disse que os policiais também apuraram que nas proximidades existem algumas favelas e pontos explorados pelo tráfico de drogas. “Acreditamos que os rapazes se envolveram em uma confusão e queriam levar o carro apenas para fuga, já que o veículo é antigo”, salientou o policial. Ele comentou que, na região do Alto Maracanã, não é comum ocorrer roubos e furtos de veículos. “Normalmente eles roubam e furtam em Curitiba e levam para o Alto Maracanã”, afirmou.
Outro morto dentro de Escort
Dentro do carro que dirigia, o socorrista de manutenção Elier Daniel, 39 anos, foi morto a tiros, às 20h de terça-feira. A vítima estava no banco do motorista de seu Escort, placa IRQ-9314, de Caxias do Sul (RS), parado na Rua Maria Clara de Jesus, no Ganchinho, quando foi encontrada sem vida. Ninguém testemunhou o crime, cujas circunstâncias permanecem misteriosas para a polícia.
A esposa da vítima contou a investigadores da Delegacia de Homicídios que Elier trabalhava há mais de quatro anos em uma seguradora, resgatando automóveis com problemas mecânicos. Na terça-feira, ele saiu às 7h para o serviço, e não manteve contato desde então. À noite, a mulher recebeu o comunicado da morte.
O socorrista levou dois tiros no peito, um no pescoço e outro no queixo. O Siate ainda foi acionado, mas apenas constatou a morte da vítima. A única pista apurada pela Polícia Militar aponta que o autor era um homem encapuzado.
De acordo com uma informação a ser confirmada pela polícia, Elier se preparava para fazer um seguro de vida – como se estivesse sabendo do risco da morte. A DH deve ouvir outras pessoas relacionadas à vítima para obter novas pistas.