Assalto a um comitê político, no norte do Estado, que rendeu aos marginais R$ 700 mil, motivou o assassinato de dois deles. O presidiário Joelson Antunes Chagas, foragido
da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, e Marcelo Alves Rocha, 35 anos, foram encontrados mortos com orelhas e gargantas cortadas na tarde de ontem, no Umbará.
O delegado Adonai Armstrong, titular da Delegacia de Homicídios, informou que as investigações apontaram que o crime foi motivado por desacerto na divisão do dinheiro entre os marginais. Porém, ele não confirmou onde teria ocorrido o roubo e nem quem seria o proprietário do dinheiro. ?Estamos verificando junto a outras delegacias se há queixa registrada do roubo deste valor. Por enquanto, não sabemos quando teria sido este assalto e nem contra quem?, salientou o delegado. Armstrong disse que as investigações estão adiantadas e em breve o crime deverá ser elucidado.
De acordo com informações, os quatro homens estavam dentro de uma camioneta S-10, no Tatuquara. Joelson estava sentado no banco do motorista e Marcelo, que era tetraplégico, no do passageiro. Seus comparsas estavam no banco traseiro do veículo e teriam matado as vítimas no momento da divisão do dinheiro.
Em seguida, jogaram os corpos numa clareira cheia de lixo à beira da estrada.
Encontro
Os dois corpos foram encontrados pelo funcionário de uma empresa de reciclagem às 17h de terça-feira, em uma extensa área de mata na Rua Ângelo Gai, Umbará. Nenhuma das vítimas portavam documentos e os exames preliminares realizados pela Polícia Científica apontaram que os bandidos foram mortos entre 15h e 16h.
As duas vítimas, de acordo com o levantamento da Delegacia de Homicídios, tinham ?currículos? invejáveis a qualquer quadrilheiro. Marcelo tem antecedentes por várias delegacias de Curitiba e Foz do Iguaçu, sob a acusação de diversos crimes, entre eles roubo, porte ilegal de arma, homicídio, calúnia e até por dirigir sem habilitação. Entre os crimes em que Marcelo é acusado, o de maior repercussão foi o assassinato do deputado Thiago Amorin, que aconteceu no dia 10 de janeiro de 2002. Marcelo ainda teria sido baleado em uma outra ocasião e, por esse motivo, ficou tetraplégico. Porém, isso
não fez com que ele abandonasse o mundo do crime, apenas ficou encarregado de outras funções, como planejamento.