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Polícia está de prontidão nas imediações. |
Após reocupar ontem pela manhã a fazenda experi-mental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Via Campesina entraram em confronto com seguranças e um trabalhador rural e um segurança foram mortos. Os integrantes do movimento acusam os seguranças de execução. O trabalhador rural teria sido morto com dois tiros à queima-roupa no peito. Outras oito pessoas ficaram feridas. Foram presos sete seguranças e policiais estão de prontidão nas imediações da fazenda para evitar novos conflitos.
Em nota, a Via Campesina informou que cerca de 150 trabalhadores rurais reocuparam a área no início da manhã e para afastar os seguranças da empresa teriam soltado fogos de artifício. Os seguranças, segundo os integrantes do movimento, voltaram perto das 13h. ?Milícia com aproximadamente 40 pistoleiros fortemente armados desceu atirando em direção às pessoas que estavam no local. Arrombaram o portão, executaram o militante Valmir Mota com dois tiros, balearam outros cinco agricultores e espancaram Isabel do Nascimento de Souza, hospitalizada com ferimentos graves?, informou a nota.
Formação de quadrilha
A Secretaria da Segurança Pública informou, também por meio de nota, que sete seguranças foram autuados por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões. Eles estão presos em Cascavel. Ainda de acordo com a nota, os seguranças presos ?confirmaram participação na tentativa de reintegração e afirmaram que foram contratados pelo Movimento dos Produtores Rurais para retirar pessoas que tentassem invadir a área?. Eles foram presos num barracão abandonado a cerca de seis quilômetros da fazenda. Além de Mota, no tiroteio morreu o segurança Fábio Ferreira de Souza.
Empresa lamenta episódio
A Syngenta se manifestou por meio de nota, ?lamentando profundamente o incidente ocorrido na manhã de ontem?. Reforça que ?a política global da companhia determina que não se use força ou armas para proteger suas unidades?. O campo experimental foi ocupado pelos sem terra em março de 2006. Queriam denunciar o cultivo ilegal de reprodução de sementes transgênicas de soja e milho. Após 16 meses de resistência, no dia 18 de julho deste ano as 70 famílias desocuparam a área e foram para local provisório em outro assentamento em Santa Tereza do Oeste.