Duas horas depois de ter sido sequestrado no Sítio Cercado, Jackson Alexandre Rosendo Borrher, 23 anos, foi encontrado morto com um tiro na cabeça dentro de seu carro na entrada para o zoológico, continuação da Rua João Miqueletto, Alto Boqueirão.
O rapaz estava deitado no banco de trás do Golf azul placa JGA-8810, de Curitiba, com as mãos amarradas com uma corrente e sobre muambas trazidas do Paraguai.
Apesar de os criminosos terem roubado pertences da casa da vítima ao sequestrá-lo, a polícia acredita que eles simularam o roubo e que o crime pode ter sido motivado por um acerto de contas possivelmente ligado ao tráfico de drogas.
Dentro do carro, que estava com vários lacres da Receita Federal, havia produtos trazidos do Paraguai que foram deixados pelos marginais, além da carteira da vítima.
Jackson foi sequestrado por volta de 6h, quando cinco desconhecidos armados e encapuzados invadiram a residência, na Rua Balsa Nova, identificando-se como policiais.
O veículo usado pelos marginais para chegar ao endereço não foi identificado. Eles fizeram familiares de Jackson reféns e os trancaram no banheiro. Segundo informações da Polícia Militar, os bandidos pegaram uma televisor, jóias e dinheiro da casa e fugiram no carro do rapaz que foi levado refém.
Quando eram 8h30, uma pessoa que foi correr na região do zoológico encontrou o carro abandonado com o teto solar aberto. Ele seguiu até o módulo da Guarda Municipal instalado no Parque Náutico e avisou as equipes.
“A princípio, essa pessoa nem sabia que tinha uma pessoa morta dentro do carro”, disse o supervisor Adriano. Quando os guardas chegaram ao local para averiguar a informação, depararam-se com o cadáver dentro do veículo.
Num matagal próximo também foi localizado um veículo Renault Scenic abandonado queimado, mas que não teria ligação com o mesmo caso, como acredita o supervisor.
Logo em seguida, viaturas do 20.º Batalhão da PM, investigadores da Delegacia de Homicídios juntamente com o delegado Eduardo Kruger chegaram ao local e constaram que no carro da vítima havia lacres da Receita Federal.
O Golf foi revistado pelo perito criminal Cunico que encontrou recibo de compras do último dia 19. No porta-malas, havia brinquedos. A polícia então descobriu que ele foi para Foz do Iguaçu no dia 17 e voltou na noite de quarta-feira com as mercadorias. Durante a viagem, Jackson não teria passado pela fiscalização da Receita e teve o carro apreendido.
Ao examinar o veículo, o perito também encontrou resíduos de droga no painel. Os bandidos ainda arrancaram o som, mas não levaram o equipamento que ficou pendurado.
O capô também foi aberto e o perito constatou que alguns parafusos estavam faltando. Segundo apurado pelos investigadores, Jackson não tinha passagem pela polícia.