Há seis anos tocando uma mercearia, Gaspar Batista, 75 anos, não conseguiu, terça-feira à noite, fechar as portas do seu estabelecimento, localizado na Rua São Paulo esquina com a Nossa Senhora de Fátima, no Parque São Jorge, em Almirante Tamandaré. Ele estava prestes a encerrar o expediente quando foi assassinado a tiros, às 20h30 de anteontem. A primeira hipótese levantada para o caso foi de latrocício (roubo seguido de morte), pois as gavetas do caixa estavam vazias e nenhum documento ou dinheiro foi encontrado nos bolsos da vítima.
O filho de Gaspar lembrou de um problema que o pai vinha enfrentando na última semana. Um grupo de rapazes passou quatro notas falsas de
R$ 50,00 ao comerciante. Depois de descobrir que o dinheiro não valia, Gaspar cobrava dos golpistas o dinheiro que lhe deviam. "Talvez eles tenham vindo aqui e matado meu pai por causa dessa dívida", comentou José Luiz.
Tiros
Gaspar morreu perto da porta. De acordo com levantamento preliminar do perito Antônio Carlos, da Polícia Científica, o homem foi atingido por um disparo no rosto e outro na barriga. Apesar de apenas apresentar dois ferimentos, moradores próximos comentaram aos soldados Porfírio e Reikdal, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, ter ouvido três estampidos. "Foi um e, depois de alguns segundos, dois tiros seguidos", relatou Porfírio.
Nos bolsos da vítima nada foi encontrado. "Ele deveria ter o cheque que trocou nessa tarde", lembrou o filho de Gaspar. Segundo ele, o comerciante sempre mantinha algum dinheiro nas gavetas, mas elas estavam vazias. "A nossa primeira hipótese é que os assassinos mataram o homem para roubá-lo", disse o soldado Reikdal. O caso deverá ser investigado pela Delegacia de Almirante Tamandaré, que até ontem não tinha outras informações sobre o que aconteceu.