Machado (no detalhe) estava nas mãos de Osmar, mas foi arrebatado pela mulher que o matou. |
O fio do machado acabou com as ameaças que Osmar de Oliveira Zamboti, 26 anos, vinha fazendo a sua ex-companheira Ana Rita Woitkoski da Silva, 19 anos. Em uma briga, a mulher tomou-lhe a arma e desferiu três golpes que deixaram o homem caído em frente à casa dela, no meio de uma área de reflorestamento, na localidade de Bocaina, 30 quilômetros a frente do centro de Bocaiúva do Sul. O crime aconteceu por volta das 16h30 de ontem e foi anunciado por Ana, que aguardou a chegada da polícia e foi recolhida na delegacia daquele município.
Há oito meses o casal se separou e Ana foi morar com o pai João da Silva, 54, levando junto os dois filhos, de 3 e 4 anos, fruto dos três anos de convivência que tiveram. Desde então, segundo comentou João, Osmar ameaçava a família de morte, caso Ana se “amigasse” com outro homem. “Ele nem ajudava no sustento das crianças”, disse. As ameaças se fortaleceram, quando Osni retornou de Suzano (SP) e descobriu que há uma semana, a ex-mulher havia encontrado outro companheiro. “Osmar disse que mataria todos nós e misturaria nosso sangue à cachaça para bebê-lo”, relatou João, sendo confirmado por Osni, 30 anos, atual amásio de Ana.
Machado
Na tarde de ontem, conforme relataram os moradores das duas casas instaladas na clareira do reflorestamento, Osmar chegou bêbado, pegou um machado pequeno (cabo de cerca de 50 centímetros) e começou a pôr em prática suas ameaças. “Ele entrou na casa destruindo tudo. Ainda bem que não encontrou a motosserra”, contou João, que estava trabalhando no corte de madeira, na hora do crime. Testemunhas relataram que, com a arma em mãos, Osmar correu atrás da mulher e chegou a encostar a lâmina na garganta dela. Ela teria conseguido tirar o machado dele e se defender. Osmar foi atingido por um golpe no ombro e dois no pescoço, um na frente e outro próximo à nuca, de acordo com levantamentos preliminares da perita Jussara Joeckel, da Polícia Científica. “Iremos analisar o machado, em busca das impressões digitais”, explicou a perita.
Depois de matar o ex-companheiro, Ana pediu para que a polícia fosse chamada e ficou aguardando a chegada dos investigadores Mário, Luiz, Geraldo e Inês, da delegacia de Bocaúva. Ela foi detida e autuada em flagrante, sustentando a versão de legítima defesa.