A rotina de Adilson de Araújo, 33 anos, era conhecida dos moradores da Vila Tripa, Umbará. Todos os dias ele buscava dinheiro de sua chefe para as compras na Ceasa, que fazia na madrugada seguinte. Porém, na noite de terça-feira ele caminhou pelos becos da vila, mas não chegou na Rua Nicola Pelanda, onde receberia o dinheiro. Foi morto com dois tiros, por volta das 20h. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
A hipótese para o assassinato, levantada por quem conhecia a vítima, é que o criminoso sabia que Adilson teria dinheiro e tentou assaltá-lo. "Fazia uns 10 minutos que ele tinha recebido a ligação no celular, para que fosse pegar o dinheiro", contou Claudinéia de Oliveira, 27, vizinha de Adilson. Segundo ela, o homem saía sempre às 2h, para comprar produtos na Ceasa, que seriam distribuídos em sacolões de Curitiba e região metropolitana. "Era trabalhador e se dava bem com todo mundo", afirmou a mulher. Adilson era o encarregado da compra das frutas e verduras e da distribuição delas nos sacolões.
Silêncio
Adilson foi morto entre dois bares, que fazem frente para a Rua Nicola Pelanda. "Ele costumava ir lá jogar sinuca e conversar com amigos", lembrou Claudinéia. Apesar da intimidade que a vítima tinha com os moradores, ninguém soube dizer aos soldados Jefferson e Silveira, do projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante) do 13.º Batalhão da Polícia Militar, quem teria cometido o crime.
Os investigadores Ana e Sérgio, da Delegacia de Homicídios, apuraram, por meio da ligação registrada no celular da vítima, que Adilson não apanhou o dinheiro. O que sugere outro motivo para o assassinato, que não latrocínio (roubo com morte). A polícia investiga a possibilidade de acerto de contas ou rixa, apesar de conhecidos de Adilson descartarem essa hipótese.
Adilson era separado e tinha quatro filhos com duas mulheres. Ele foi morto com dois tiros à queima-rouba, um na cabeça e outro no peito, próximo ao braço, de acordo com levantamento preliminar da perita Clélia, da Polícia Científica. A arma utilizada seria um revólver calibre 38. Adilson caiu de bruços no carreiro, e foi atendido pelo Siate, mas não resistiu aos ferimentos.
