O Capanema ganhava de 1 x 0 em jogo contra o Bairro Novo – numa partida amistosa da Divisão de Amadores de Curitiba (Suburbana) – quando os jogadores interromperam a partida ao ouvir mais de 30 tiros, vindos da arquibancada. Érik Stempler, 17 anos, foi surpreendido por homens encapuzados que invadiram o estádio e o fuzilaram.
Os assassinos usavam pistolas 380 e fuzis, conforme constatou a perícia. Outras três pessoas – não identificadas até a noite de ontem – foram baleadas e levadas pelo Siate ao Hospital do Trabalhador, uma delas em estado grave.
O tumulto ocorreu no Estádio João Derosso – do São Paulo Futebol Clube, do Xaxim – na Rua Francisco Derosso, Xaxim, por volta das 17h15 de ontem.
De acordo com Marco Aurélio de Oliveira, presidente do clube, ele atendia na lanchonete quando viu os vultos de pessoas dando tiros. ?Durante um minuto foram uns 30 disparos. Sabemos que não foi briga de torcida.
A confusão veio de fora?, relatou Oliveira. Não havia muita gente na arquibancada.
Os poucos que tinham ido assistir ao amistoso correram do estádio. Ninguém voltou para dar informações e ajudar a polícia.
Cajuru
Érik era morador na Vila Trindade, no Cajuru. Segundo relataram os familiares aos investigadores Ney e Júnior, da Delegacia de Homicídios, ele tinha rixa com indivíduos da Vila Autódromo, no mesmo bairro. Uma pessoa, que preferiu não se identificar, ainda disse que Érik estaria envolvido com o tráfico de drogas. A suspeita é de que, ao saberem que Érik estava no estádio, os rivais da Autódromo decidiram executá-lo.
Quatro homens encapuzados apareceram dentro de um Gol preto, cuja placa foi anotada e passada à Polícia Militar. Um ficou no carro. Os outros três invadiram a arquibancada e atiraram em Érik, acertando principalmente a cabeça e o peito. A seguir, o trio voltou para o carro e fugiu em alta velocidade. Outras três pessoas – que não se sabe se também eram alvos – foram atingidas pelos disparos e permanecem hospitalizadas.
Pessoas ligadas ao clube disseram que não conheciam o jovem. Pouco tempo depois da execução, a família de Érik esteve no local e o identificou.
A mãe dele, segundo disse uma familiar à polícia, estaria presa. Por ter menos de 18 anos, o jovem estava aos cuidados de uma prima. No entanto, já era casado e morava com a mulher.