Morte “misteriosa” em Almirante Tamandaré

Mais uma morte em suposto confronto com policiais militares e um homem está sendo investigada. Desta vez, o caso aconteceu em Almirante Tamandaré, onde o porteiro Jacir Lourenço, 37 anos, foi ferido com um tiro na barriga, às 2h de ontem. Segundo a Polícia Militar, ele estava com uma garrucha e teria atirado contra os policiais, que revidaram. O delegado Juliano Fonseca, da delegacia local, instaurou inquérito para apurar em que circunstâncias o porteiro foi morto. Jacir não tinha passagens pela polícia.

O serviço reservado da PM investigava o furto de uma arma da residência de um policial militar e, na madrugada de ontem, recebeu a informação de que o ladrão da arma, que seria um adolescente, estava em uma residência na Rua José Albuquerque, em Almirante Tamandaré. Os policiais chamaram reforço da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) e foram até o local.

O suposto ladrão seria vizinho do porteiro. ?Quando chegaram, arrebentaram a porta a chutes e entraram. Chutaram meu marido. Depois que ele caiu, atiraram na barriga dele?, contou Angélica Macelin.

A mulher disse que não estava em casa, mas a história foi relatada pelo filho de 15 anos, que presenciou a ação dos militares. ?Meu marido nunca teve arma e nem passagem pela polícia?, afirmou Angélica. Mesmo ferido, Jacir teria ido caminhando até a viatura.

Ele foi levado para o Hospital Cajuru, mas não resistiu ao ferimento e morreu às 6h de ontem. ?Meu filho viu tudo. Eu só quero que a Justiça seja feita. Ainda não sei o que fazer, porque nem consigo pensar?, acrescentou a mulher.

Versão

De acordo com a PM, Jacir e um adolescente, de 15 anos, foram vistos portando armas longas na frente da residência. Ao fazer a abordagem os policiais foram recebidos a tiros e revidaram, acertando Jacir.

O garoto foi encaminhado para a delegacia local. De acordo com a PM, foram apreendidas duas espingardas, calibres 18 e 36.

?Ainda temos que ouvir as testemunhas. Para isso, instauramos dois inquéritos, um para apurar a morte e outro o furto da arma?, explicou o delegado Juliano Fonseca.

Ele disse que ainda é cedo para falar sobre o caso, mas irá comunicar o comando da PM, que deve abrir inquérito interno.

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