Do alto do viaduto da Avenida Marechal Floriano, rumo ao Boqueirão, já se podia ver o clarão do incêndio que consumiu as duas casas de Hidemi Umada, 70 anos, na Rua Professora Maria de Assumpção, próximo à esquina com a Rua Cleto da Silva. Em um dos quartos, os bombeiros encontraram o corpo de Hidemi totalmente carbonizado. O fogo começou por volta das 20h15 de quarta-feira e levou duas horas para ser totalmente extinto.
Para o tenente Mello, do Corpo de Bombeiros, não há dúvidas de que o incêndio foi provocado. "Não teria como o fogo passar de uma casa para outra, pois há um espaço de cerca de 10 metros entre as residências", comentou. A Delegacia de Homicídios foi chamada e os investigadores Lopes e Renato conversaram com alguns familiares da vítima para tentar chegar a alguma conclusão. Também a Polícia Científica fez o levantamento inicial para orientar as investigações.
Vizinhos
A primeira vizinha a ver a fumaça saindo da casa foi Denise Moraes, 28. Ela contou que assim que percebeu o perigo, chamou os bombeiros, com ajuda de outra vizinha. Segundo ela e outros moradores próximos, houve demora de mais de 10 minutos para a chegada dos caminhões-tanque. Enquanto isso, Denise, o marido e outras pessoas tentaram evitar a tragédia.
Eles foram até a casa de Hidemi a tempo de ver a irmã dele saindo pelo corredor da residência, já tomado pela fumaça. "Meu marido teve de quebrar o vidro do Versalles que estava no pátio para que o carro não pegasse fogo", relatou. A casa dos fundos era habitada pelo filho de Hidemi, que estaria ausente na hora do incêndio. Ainda segundo relato de moradores, o homem teria se trancado no quarto enquanto os aposentos eram tomados pelas labaredas.
Perigo
A destruição foi praticamente total, apenas a fachada e algumas tábuas das paredes externas permaneceram em pé. De acordo com Márcia Oliveira, 30, que mora do outro lado da rua, o calor era tão intenso que não permitia que ela ficasse no portão de sua casa. "Ouvi as explosões dos botijões de gás, não tinha como chegar perto, o fogo estava muito alto", descreveu. O medo dos moradores era que as labaredas atingissem as casas vizinhas.
Para controlar o incêndio, os bombeiros utilizaram 24 mil litros de água, mas tiveram problemas durante o trabalho. "Os poucos hidrantes da região tinham água com pouca pressão", reclamou. Além do caminhão que atende a região do Boqueirão, outros cinco foram chamados para acabar com o fogo.