Assaltantes silenciaram para sempre o vendedor de sonhos Luiz Fernando Valentim de Carvalho, 49 anos. A vítima, que morava no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foi baleada nas costas, em 4 de outubro, perto da igreja Assembléia de Deus, Jardim Guarituba, Piraquara. Internado desde então, não resistiu e morreu quinta-feira, no Hospital Cajuru. Com a ajuda da família de Luiz Fernando, os investigadores da delegacia local apuraram os apelidos dos três autores: Marcos, conhecido por “Marcão”, “Bodinho” e “Gordinho”.
O crime aconteceu quando Luiz Fernando percorria as ruas de Piraquara, num velho Corcel, equipado com alto-falantes para anunciar seus sonhos caseiros. Segundo a família de Luiz Fernando, a cada dia ele visitava uma cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o que lhe garantia clientes em vários municípios. No fim da tarde do dia 4, um sábado, os três homens apontaram-lhe uma arma e anunciaram o assalto. Assustado, o vendedor acelerou o carro e levou um tiro. O Siate o socorreu até o hospital, onde ficou internado por 81 dias. Luiz Fernando morreu em decorrência de complicações pulmonares, já que a bala transfixou a axila e alojou-se no pulmão.
Autoria
Segundo o superintendente Valdir de Córdova Bicudo, quando o vendedor sofreu o assalto a família dele não registrou a ocorrência na delegacia de Piraquara, o que dificultou as investigações. Com esperança de que ele sobrevivesse, os familiares queriam que o vendedor se recuperasse para ir, então, até a polícia. Nos últimos dias, ao perceberem que o homem estava prestes a morrer, os filhos da vítima passaram a investigar o caso por conta. “A partir das descrições feitas pelo vendedor, uma parente distante que mora no Jardim Guaritubinha colheu algumas informações e com isso nós fomos ontem até lá e descobrimos a autoria do crime”, contou o policial.
Segundo Bicudo, o “Bodinho” e o “Gordinho” possuem várias passagens por furto, ameaça e intimidação, e são acusados de cobrar “pedágio” dos moradores do local. Um deles já esteve detido na delegacia de Piraquara. Para não ser identificado, Marcos, segundo a polícia, oxigenou e encaracolou os cabelos e costuma ser visto apenas usando óculos escuros. A polícia pretende prender o trio nos próximos dias.
