O frentista Washington César do Nascimento, 21 anos, foi encontrado morto, dentro da Represa do Passaúna, na divisa com Campo Largo. Ele caiu na água após perder o controle de sua Belina, na Rua Mato Grosso, quando seguia para o trabalho, no fim da madrugada de terça-feira. Desde então, familiares não tiveram notícia do jovem.
No início da tarde de ontem, depois de um dia e meio de buscas, Sérgio, pai da vítima, entrou na represa, desconfiado que o filho pudesse estar na água. Para tristeza do homem, a suspeita se confirmou assim que ele viu o carro mergulhado.
Washington morava no bairro Ferraria, em Campo Largo, com a esposa e a filha recém-nascida, e trabalhava num posto de combustíveis, em Curitiba. Por volta das 5h30 de terça-feira, ele saiu de casa para o serviço, mas não chegou à empresa. “Ele saiu um pouco atrasado. Talvez por isso tenha se apressado e pode ter se perdido na curva”, disse Sérgio, pai do frentista.
Descaso
Na manhã de ontem, alguém comentou com Sérgio que seu filho poderia ter caído na represa, já que passava por ali no caminho para o trabalho. O pai foi até o local e percebeu que havia vestígios do carro e marcas de pneu.
Professor de história e psicólogo, Sérgio disse ter sido maltratado por policiais e bombeiros. “Pedi ajuda, mas ninguém quis saber. Um policial chegou a dizer que não sabia onde ficava o Passaúna”, desabafou o homem.
Angustiado com o desaparecimento do filho e sem apoio das autoridades, Sérgio mergulhou na represa para tirar a dúvida. “Com muita dificuldade, entrei no rio, que estava muito gelado. Nadei e mergulhei uns 10 metros e encontrei o carro. Só depois disso que me deram atenção e os bombeiros tiraram o corpo do meu filho”, revoltou-se. “Estou decepcionado com a polícia do Paraná. Isso foi um desrespeito e um descaso”, acrescentou Sérgio.