Comerciantes desesperados e população insegura. É assim que moradores e empresários do Pinheirinho, Sítio Cercado, Bairro Novo A, B, e C, além das vilas Coqueiros, Sambaqui e Ganchinho, descrevem a situação da segurança pública em sua região. ?Aqui, todo dia tem assalto. Panificadoras e mercados são os alvos favoritos?, revela um comerciante, que não quer se identificar. Com a proximidade do Natal, época em que o comércio quer deixar as portas abertas até mais tarde, o medo instalou-se na região.
As denúncias são endossadas pelo Conselho de Segurança (Conseg) e confirmadas até por policiais militares da 4.ª Companhia do 17.º Batalhão, que estão sem viaturas para trabalhar. Segundo eles, os três veículos destinados para atendimento de ocorrências estão estragados. Caso a população necessite de atendimento, viaturas de outras companhias, que estão em situação similar, são acionadas. Mas, nem sempre os chamados são atendidos.
Estado crítico
Segundo o presidente do Conseg, Vanderlei Vieira, a situação já está em estado crítico há bastante tempo. ?Tivemos uma reunião no dia 1.º de outubro, para tentar resolver o problema, mas infelizmente o secretário da segurança, Luiz Fernando Dellazari, não compareceu e também não mandou representante. Nossa região tem mais de 200 mil moradores, que estão desamparados de segurança?, lamentou Vanderlei.
Um policial militar lotado naquela companhia, que não quis se identificar, disse que a população reclama da demora, da inoperância e até do despreparo, mas na maioria dos casos, não é má vontade dos policiais e, sim, falta de condições para trabalhar.
Vanderlei disse também que, no Sítio Cercado, há mais de 160 mil moradores, que são atendidos por apenas uma viatura. ?São três carros policiais para a região: um atende o Sítio Cercado; outro o Umbará e o Ganchinho; o terceiro, atende o Pinheirinho. É um absurdo a quantidade de policiais para o número de moradores, mas se ainda falta estrutura, fica muito mais complicado?, completou.
Ausentes
Para as reuniões organizadas pelo Conseg, todos são convocados através de um oficio, para discutir e buscar soluções para a insegurança. No entanto, muitos dos principais convidados não se dão conta da importância dos encontros e simplesmente não aparecem nem explicam o motivo da ausência. ?Na Polícia Civil é um drama. Os delegados são membros natos do Conseg, mas nunca aparecem. A Polícia Militar e a Guarda Municipal costumam mandar representantes, mas as soluções não dependem deles e sim dos comandantes. Com essa série de descasos, estamos à mercê da bandidagem?, completou.
Na 4.ª Companhia, o capitão Luiz Renato foi procurado por várias vezes, mas os soldados Márcio e Pacheco disseram que ele não estava, tentaram localizá-lo, mas até o final desta edição ele não foi encontrado.