Moradores do Jardim das Américas não suportam mais a criminalidade. Ontem, cerca de 70 pessoas resolveram sair às ruas e pedir por mais segurança. Com faixas e batendo panelas, eles caminharam da ?Praça do Japão? (do bairro), pela rua Torugo de Barros, até a avenida principal, Francisco Hoffman. Segundo os manifestantes, o que já foi um bairro residencial tranqüilo, hoje é palco de seqüestros-relâmpago, atentados ao pudor, furtos e assaltos, crimes quase que diários.
O aposentado Alécio Polverine, 67 anos, saiu para cumprir compromissos pessoais e, ao voltar para casa, por volta das 17h, encontrou o local arrombado. No assalto, há cerca de um mês, ele perdeu duas tevês, um home-theater, um aparelho de som e um DVD, avaliados em quase R$ 8 mil. Além do desfalque, ele ainda teve que desembolsar mais dinheiro na compra de equipamentos de segurança como travas e cercas elétricas. ?Somente no mês de setembro foram sete assaltos na minha rua, dois à mão armada. O mês passado foi um mês de horror?, lamenta o morador da Rua Visconde Abrantes.
?Na terça à noite um assalto à pizzaria, no outro dia às 14h30 foi a videolocadora.
Na última semana uma senhora foi assaltada aí na esquina. Na outra sexta foi um tarado que pegou uma mulher. É um crime seguido do outro. Podemos falar em uma média de dois assaltos por semana. A situação do bairro está complicada?, desabafa Circe da Luz, 63 anos, moradora da Rua Comendador Corrêa Júnior.
Outra vítima da violência foi a família Talamini, que ficou pelo menos duas horas sob a mira de armas de três assaltantes. O assalto foi no último dia 10, às 21h. ?A gente apanhou um monte. Bateram no meu pai e eu levei três coronhadas na cabeça.
Tive que levar quatro pontos em cada corte. Minha mãe e minha cunhada conseguiram fugir?, contou a filha que não quis se identificar por questão de segurança. ?O bairro precisa de policiamento ostensivo?, completa o pai.
