Confronto entre policiais militares do 13.º Batalhão e três rapazes na favela do Papelão, Capão Raso, na tarde desta sexta-feira (24), deixou um suspeito baleado e outro na cadeia. A ação foi estopim para a revolta dos moradores, que depredaram e incendiaram três residências, supostamente pertencente à família Borges, que, segundo a polícia, comanda o tráfico de drogas na pequena vila, formada ao lado da Linha Verde.

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Ariel Mesquita, 18 anos, jogava sinuca com dois amigos em um bar, na Rua Auton Tchekow, quando a polícia chegou. Segundo a PM, houve troca de tiros e Ariel, que estava armado, foi baleado na barriga. Um amigo dele foi preso e o outro conseguiu fugir. Enquanto o detido era colocado no camburão e Ariel recebia atendimento, moradores revoltados apedrejaram a viatura onde estava o preso.

Os policiais saíram do local e outras equipes do 13.º BPM chegaram para dar segurança ao atendimento do baleado, que foi levado ao Hospital do Trabalhador fora de risco. Ele deve receber alta hoje e será encaminhado ao 8.º Distrito Policial (Portão), onde poderá ser autuado por porte de arma.

Fogo

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Com a saída da polícia, a fúria da multidão aumentou. Moradores começaram a apedrejar as residências dos Borges e atearam fogo em uma delas. Os bombeiros foram chamados e controlaram rapidamente o incêndio. Mas logo que saíram, os moradores voltaram, desta vez com marretas e martelos.

A maioria se dizia indignada com a presença da polícia e também da família Borges, suspeita de se impor na região mediante violência e assassinatos. Muitos diziam que Ariel e os dois amigos eram rivais de André Borges, o “Cabeção”. Ele tem mandado de prisão e, segundo moradores, apesar de não ficar mais no bairro, continua comandando o crime.

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“Quem ficou na vila teve que se armar para não ser dominado por eles. Ariel fez isso porque há três semanas foi baleado no pé em um ataque de comparsas do ‘Cabeção’. Queriam matá-lo. Por isso estava andando armado”, declarou a mãe do rapaz baleado.

Borges

A Delegacia de Homicídios divulgou, dia 9, fotografias de Ezilda Aparecida Rodrigues, 50 anos, André Juliano Borges, 20, e Camila Francielle Borges, 33. Mãe e os dois filhos são apontados como mandantes do tráfico na favela do Papelão. Quem tiver informações sobre o paradeiro deles deve repassá-la de forma anônima pelo telefone 0800-643-1121.