As investigações sobre a briga de gangues na Vila Torres continuam, mas a polícia ainda tem um forte inimigo: o medo de quem mora na região. De acordo com o tenente Sérgio, comandante da 5.º Companhia, do 12.º Batalhão de Polícia Militar, as informações sobre os traficantes surgem, na maioria, de pessoas que se mudaram da vila e que um dia participaram dos grupos rivais.
A única moradora que aceitou conversar com a reportagem, a empregada doméstica de 37 anos, contou apenas sobre o drama que vive com o filho, viciado em drogas. Ela se negou a fornecer qualquer informação sobre quem faz parte das gangues ou como funciona o mecanismo do tráfico de drogas. ?A única coisa que posso dizer é que já comprei o caixão do meu filho, porque sei que o vício das drogas leva à morte. Quanto ao tráfico ou os envolvidos nas brigas, não sei de nada?, disse ela.
Foram ex-moradores que contaram que crianças fazem parte dos bandos e que muitos não têm acesso à saúde e à educação, por conta da briga entre os grupos. ?Ninguém nos conta nada. Por isso pedimos que as pessoas liguem anonimamente para o 181?, finalizou o tenente.
