Um homem foi levado pelas correnteza do Rio Ivo, engrossada pela forte chuva de ontem. Segundo testemunhas ele teria cerca de 40 anos e costumava dormir no canal da Rua Fernando Moreira, na galeria embaixo da Rua Visconde de Nácar.

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Os populares só perceberam que ele tinha caído no rio, quando ouviram gritos e perceberam a vítima se debater na água, pouco antes das 16h. Não houve tempo para salvar o homem. Bombeiros tentaram localizá-lo onde o rio desemboca, no Rio Belém, perto da Rodoferroviária, mas não obtiveram sucesso.

Essa foi a única vítima da enxurrada registrada até o início da noite de ontem. Durante todo o dia, vários pontos de alagamento foram verificados em Curitiba e região.

Não houve desabrigados ou desalojados. Uma das situações mais críticas ocorreu com os moradores das vilas Modelo e Resistência, na Cidade Industrial, onde várias casas ficaram alagadas.

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Trânsito

Outras ruas da cidade, como João Negrão, Brasílio Itiberê e Affonso Camargo, ficaram alagadas, e o trânsito ficou lento. Na via rápida sentido Pinheirinho-Centro, alguns veículos tiveram que recuar por conta da enorme poça que se formou no asfalto. Em Santa Felicidade, uma ponte de madeira, no Jardim Santos Andrade, teve que ser interditada.

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Em Fazenda Rio Grande, a situação também ficou crítica. Os bairros Iguaçu, Gralha Azul e Eucaliptos foram os mais atingidos com alagamentos. Moradores do Jardim Cláudia, em Pinhais, também reclamam que, toda vez que chove, a água chega à altura dos joelhos, invade casas e traz prejuízos.

De acordo com Patrícia, moradora do bairro, o problema começou depois que a prefeitura realizou uma obra de manilhamento. “Logo que a água sobe, chamamos a prefeitura. Mas os técnicos só vem no dia seguinte, quando a água já baixou. Aí eles nos dizem que nosso bairro não tem problemas.”

Desabamento

Ainda na quarta-feira, parte de uma casa localizada na Rua Doutor Guilherme Seeger, no Bom Retiro, desabou no córrego Pilarzinho. Técnicos da prefeitura estiveram no local à procura do proprietário, já que a residência provavelmente terá que ser demolida. A moradora não quis dar entrevista. Segundo o Simepar, ontem choveu 23,6 milímetros, em Curitiba, considerado normal para um dia, em situações de frente fria.

Moradores protestam

Marcelo Vellinho

Cansados dos constantes alagamentos, moradores das Vilas Modelo e Resistência, na Cidade Industrial, bloquearam a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, próximo ao viaduto da Rua João Bettega, às 17h.

O objetivo da manifestação foi chamar a atenção das autoridades para o drama local. A manifestação durou cerca de duas horas e atrapalhou o trânsito nas imediações. Cerca de 200 pessoas se aglomeraram no cruzamento.

“Tem gente que perdeu tudo e não recebe apoio de ninguém”, reclamou José Ailton, um dos manifestantes. Judite de Oliveira, que mora na região há apenas dois meses, já teve sua casa alagada duas vezes. A situação é tão grave que basta alguns minutos de chuva para que a água avance para dentro das residências. “Só tive tempo de erguer o colchão e a geladeira, o resto ficou danificado.”

Sujeira

De acordo com a população, os alagamentos são causados pela sujeira no valetão que corta as duas vilas, na Rua Ruy Fonseca Itiberê da Cunha. “Quando chove, vem água de diversos bairros para cá e, por causa da sujeira, o canal de vazão para o Rio Barigui entope”, contou Bruno Henrique de Moura, que sofre com o problema há alguns anos.

Segundo os manifestantes, funcionários da prefeitura começaram a limpar o valetão, mas ainda há muit,o a se feito. Próximo ao local do protesto, há uma pilha de entulhos retirada do canal, mas muita sujeira foi encontrada na água, na tarde de ontem.

Moradores contaram que, por conta dos alagamentos, tiveram que criar maneiras de evitar a destruição nas casas. “Tem gente que construiu muretas nas portas para impedir a entrada da água, mesmo com o inconveniente de ter que escalar a mureta para entrar em casa”, disse uma mulher.

Ponte liberada

Mara Andrich

A ponte sobre o Rio Pardinho, na BR-116 sentido São Paulo, foi totalmente liberada na manhã de ontem. A ponte foi interditada em 8 de janeiro, depois de desmoronamento de terra na sua cabeceira, o que provocou um enorme buraco na rodovia.

Desde então, o fluxo de veículos dos dois sentidos estava sendo feito somente por uma das pistas. Segundo a concessionária Autopista Régis Bittencourt, nova interdição será feita nos próximos meses para outras obras.