O suposto líder do seqüestro e morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), Ivan Rodrigues da Silva, o ?Monstro?, disse hoje, em depoimento ao corregedor-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira, que foi solto depois de pagar policiais e um advogado de Maringá, no Norte do Paraná. Ele conseguiu liberdade em 31 de janeiro, um dia após ter sido preso, depois de entregar um carro uma casa e R$ 10 mil. ?Ele confirmou a concussão (extorsão cometida por funcionário público no exercício das funções)?, disse o corregedor, que estava hoje em São Paulo.
Segundo Oliveira, o ?Monstro? disse que os policiais sabiam de quem se tratava desde a prisão. Ele responde a processo por estelionato no Paraná e tinha mandado de prisão expedido. ?Pelas declarações dele (Silva), a prisão já foi feita objetivando a concussão?, afirmou o corregedor. ?Eles (policiais) tiveram vantagem indevida e o liberaram sem as formalidades legais.?
De acordo com ?Monstro? há mais uma pessoa envolvida no caso, mas ele forneceu apenas o codinome. ?Já passei para Curitiba, se for policial responderá a processo administrativo, do contrário responderá a ação penal?, afirmou Oliveira. Os policiais alegaram que não sabiam de quem se tratava, pois Silva mostrou-lhes uma identidade falsa. Em inquérito policial, concluído há cerca de dois meses, os seis policiais foram denunciados por abuso de poder. O Ministério Público apresentou denúncia contra eles e o advogado Marcos Cristiane da Silva por crime de extorsão mediante seqüestro.