Moça é executada pelo ex-namorado na Praça Tiradentes

O ex-namorado dela, Haroldo Moreira da Silva, 55 anos, foi detido quanto tentava se misturar a pedestres.

Susane trabalhava em uma lanchonete e estava em horário de almoço. Por volta das 14h20, sentada ao lado do local de trabalho, junto com duas colegas, ela aguardava o horário para voltar ao expediente. De repente, o ex-namorado se aproximou, tirou o revólver calibre 22 de uma sacola e, sem dizer nada, atirou três vezes, a sangue-frio, atingindo a vítima com dois tiros.

As amigas ficaram assustadas e só voltaram para tentar socorrer Susane, quando o assassino tinha ido embora.

Haroldo se misturou às pessoas que andavam pela Praça Tiradentes e fugiu correndo. Ele não contava que uma testemunha o seguiria até a Praça Zacarias. Lá, ela denunciou o criminoso a guardas municipais de Mandirituba, que estavam na capital para fazer um serviço administrativo. Haroldo foi preso em flagrante com ajuda de guardas municipais de Curitiba e levado ao 1.º Distrito Policial (Centro).

A cena da execução foi filmada pelo circuito de TV do prédio onde ela foi morta e comprovam que não houve discussão entre o casal.

Preso

Na delegacia, Haroldo confessou o assassinato e disse, cinicamente, ?eu mereço pena de morte?. Apesar das respostas evasivas do autor do crime, sabe-se que há meses ele perseguia e fazia ameaças à Susane.

Relação conturbada

De acordo com Su Yi Zhu, gerente da lanchonete onde Susane trabalhava, ela e Haroldo se conheceram no ano passado, quando o homem, que também trabalhava na Praça Tiradentes, passou a almoçar diariamente no estabelecimento. Iludida com a possibilidade de ele proporcionar uma vida melhor para ela e seus três filhos (10 meses, 3 e 5 anos), Susane abandonou o emprego, segundo o gerente. O relacionamento durou apenas alguns meses.

Em outubro do ano passado, ela pediu a Yi Shu para voltar a trabalhar na lanchonete e, desde então, era perseguida por Haroldo. ?Ele vinha aqui todo o dia pedir para voltar com ela. Uma vez entrou na lanchonete e começou a gritar com Susane, foi quando o proibi de entrar aqui. Mesmo assim ele ficava esperando a moça sair do trabalho e já tinha feito várias ameaças. O que ninguém acreditava era que ele fosse cumpri-las?, disse o gerente.

Matador conta sua versão

Márcio Barros

Em entrevista exclusiva ao Paraná-Online, Haroldo Moreira da Silva se mostrou uma pessoa tranqüila e em todo momento esteve sorridente. Falou sobre o relacionamento, a separação e os motivos que o levaram a cometer o crime. Disse estar arrependido e que lamenta a tristeza causada aos familiares, tanto dela quanto os seus. Haroldo, que é natural de São Paulo, disse ter filhos espalhados em vários lugares do Brasil, por onde passou. Susane era a sua quarta mulher.

Paraná-Online – Como vocês se conheceram?
Haroldo – Eu sou procurador de uma empresa e sempre estava nas proximidades do local onde ela trabalhava. Fizemos amizade, saímos algumas vezes e, em três meses, estávamos morando juntos. Ela veio de Fazenda Rio Grande, onde morava com os pais, e trouxe os dois filhos menores. Ela não queria morar em apartamento em que estávamos, no Rebouças, e logo nos mudamos para uma casa no Pinheirinho. Não ficamos mais que oito meses juntos.

Paraná-Online – Sua intenção era constituir família com a Susane?
H – Sim, queria viver bem. Eu pagava as contas dela e dos filhos e não achava ruim, queria ser feliz ao lado dela. Eu tive outras experiência que não deram certo, tenho filho em São Paulo, um no Amazonas e outra família aqui, mas agora eu tinha certeza que ia acertar.

Paraná-Online – Você já havia premeditado matar Susane?
H – Não, nunca pensei numa coisa dessas. Comprei a arma de um ?maluco?, ali mesmo na Praça Tiradentes. Paguei R$ 200,00 e nem levei para casa. Deixei no escritório e ia levar hoje. Lá onde eu moro é muito perigoso e já tinham tentado entrar na minha casa, por isso resolvi me armar. Mas nunca quis ver o mal dela (Susane).

Paraná-Online – Como teve a idéia de matá-la?
H – Eu estava indo pegar o ônibus e vi ela sentada. Fui conversar e pedir para que pagasse pelo menos um pouco das contas que tinha me deixado. Eu disse que poderia ser uns R$100 por mês. Mas ela foi grossa, começou gritar e me ofender. Sem pensar em nada, atirei e saí correndo. Nem sei quantos tiros eu dei. (porém, as imagens mostram que não houve discussão imediatamente antes dos tiros.)

Paraná-Online – E agora?
H – Infelizmente, todo mundo vai sofrer com um ato errado meu. Os filhos dela, os pais e até a minha família ficará envergonhada de mim, mas não tenho o que fazer. Agi por impulso, sem nenhum tipo de ódio ou raiva. Agora, vou pagar pelo meu erro.

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