O Ministério Público Estadual (MP) abriu inquérito civil para investigar as causas do acidente com um ônibus Ligeirinho ocorrido na última quarta-feira, na divisa de Curitiba e Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

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O acidente provocou a morte da passageira Cleonice Ferreira Golveia, de 29 anos, que caiu do ônibus depois que uma das duas portas se abriu, com o veículo em movimento. Após a queda, ela foi atropelada pela roda traseira do próprio coletivo e morreu na hora. O corpo de Cleonice foi sepultado ontem à noite, em Araucária.

O inquérito ficará a cargo da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. O promotor Maximiliano Deliberador explicou que ele deverá verificar se houve falha humana ou se a porta do ônibus falhou.

O promotor pretende ouvir o motorista do Ligeirinho, Silvestre Farinhak, de 50 anos. Farinhak trabalha para a empresa Araucária Transporte Coletivo há 19 anos e não tinha histórico de acidentes. Deliberador deu um prazo à Urbs e à empresa para que elas apresentem o laudo da perícia realizada no coletivo em no máximo dez dias.

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“Se verificarmos que houve uma falha na porta mesmo, a idéia é determinar que todos os ônibus que tenham esse mesmo dispositivo saiam de circulação e passem por vistoria.

Mas precisamos esperar a perícia”, afirmou o promotor. Três perícias estão sendo feitas: uma pela Urbanização de Curitiba (Urbs) – que gerencia o transporte coletivo em Curitiba, outra pela empresa Araucária Transporte Coletivo, e outro pela Polícia Civil.

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O responsável pela setor de assistência técnica da empresa Sulbrave – representante da Marcopolo em Curitiba, fabricante das carrocerias dos ônibus – Gerson Martins, explicou que quando os ônibus estão em movimento não há como as portas se abrirem. Se isso ocorrer o veículo freia. Ele também esclareceu que quando os ônibus param nas estações-tubo, o freio fica travado.

Má conservação

A Rua Vicente Michelotto, onde ocorreu o acidente, está cheia de buracos. Segundo a prefeitura de Curitiba, periodicamente são realizadas operações tapa-buraco na via.

Já com relação a uma obra mais abrangente, a prefeitura informou que estava prevista em um pacote que seria financiado pelo Fundo de Desenvolvimento Urbano, do governo do Estado. Porém, segundo a prefeitura, foi desfeita a parceria entre ela e governo no ano passado e, desta forma, a rua continua sem intervenções.