O secretário da Segurança Pública, coronel Aramis Linhares Serpa, admitiu ontem que existe “uma preocupação” com a possibilidade de os traficantes acuados no Rio de Janeiro migrarem para outros estados, inclusive o Paraná. Porém salientou que “não motivo de pavor”.
Serpa participa hoje, em Brasília, juntamente com secretários da mesma pasta de todo o País, na Subsecretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Os secretários debaterão a situação do Rio de Janeiro, avaliarão os resultados obtidos até agora na guerra ao tráfico e estudarão variantes dos acontecimentos, inclusive a provável fuga dos bandidos para outras cidades.
Rebatendo críticas do delegado federal Fernando Francischini, que afirmou estar a polícia paranaense “sucateada e frágil”, Serpa declarou que “ainda temos a melhor polícia do Brasil”.
Quanto à vinda de líderes do tráfico carioca para o presídio federal de Catanduvas, Serpa também se disse tranquilo, lembrando que se trata de carceragem de segurança máxima. O secretário também se apega à fama que o “crime organizado no Paraná não se cria” e salienta que a polícia paranaense entra em qualquer lugar.
Catanduvas
Em nota oficial, o Presídio Federal de Catanduvas (de responsabilidade da Justiça Federal) esclareceu que, ao contrário do que vinha sendo dito, não foi daquela unidade que partiu bilhetes para traficantes cariocas, ordenando os ataques a ônibus e automóveis no Rio de Janeiro e que a segurança no local é grande.
De acordo com a direção do presídio, em 20 de outubro deste ano, a mulher de um preso foi apanhada em flagrante, após visitá-lo, levando duas cartas para Márcio dos Santos Nepomuceno e Marco Antônio Pereira Firmino da Silva.
As cartas “sugeriam” insatisfação conta as unidades policiais pacificadoras, informando que haveria resistência. Porém as cartas não chegaram ao destino e a mulher foi presa. O emitente e os destinatários foram colocados em Regime Disciplinar Diferenciado, tendo todas as suas visitas monitoradas e sem visita íntima.
OAB
A nota salienta ainda que o episódio merece reflexão sobre a necessidade de controle de visitas aos presídios federais, inclusive de familiares e dos advogados. Há pouco tempo, juízes dos presídios sofreram críticas da Ordem dos Advogados do Brasil e representação no Conselho Nacional de Justiça por tentar impor mais rigor nas revistas dos defensores e no controle de visitas.