Na noite da última segunda-feira, os 16 adolescentes internos da Unidade Socioeducativa para Menores Infratores de Paranavaí, região noroeste do Paraná, se rebelaram e destruíram as celas, os encanamentos e os banheiros da instituição. Eles foram controlados com a chegada da Polícia Militar e transferidos para outras unidades do Estado. Eles queriam apressar a avaliação feita pela Justiça para serem soltos antes das festas de fim de ano.
Os adolescentes começaram a rebelião por volta das 22h de segunda-feira. Segundo a presidente do Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp), Telma Alves de Oliveira, quatro adolescentes arrombaram o cadeado da cela e foram abrindo as outras. Pelo caminho, destruíram os encanamentos de água, banheiros e fizeram buracos nas paredes de alvenaria.
Eles foram controlados por volta da meia-noite, depois que a Polícia Militar chegou ao local. Os adolescentes foram transferidos para a delegacia da cidade, onde passaram a madrugada, e depois para outras unidades socioeducativas das cidades de Foz do Iguaçu, Santo Antônio da Platina, Londrina e Campo Mourão. Eles devem retornar depois que a unidade de Paranavaí for reformada e as paredes reforçadas. Junto com os internos foram apreendidas armas feitas com pedaços de ferro, quebrados durante a rebelião.
Telma diz que o motim foi motivado por uma briga dos internos contra um dos garotos, mas principalmente devido à chegada do fim do ano, quando todos querem deixar a instituição. Segundo a legislação, os adolescentes devem ser reavaliados a cada seis meses e como respondem às medidas socioeducativas podem ganhar a liberdade. Quando entram na instituição não existe um prazo fixo de permanência. O mínimo é seis meses e o máximo é três anos. Segundo Telma, alguns internos poderiam sair antes do fim do ano, mas agora, devido à rebelião, podem ser prejudicados. Ela diz que a situação de cada um será bem avaliada porque alguns jovens participaram do motim com medo de sofrer represálias dos outros internos.
Segundo Telma, as unidades são orientadas a tomar medidas para evitar rebeliões no fim do ano. Em setembro, começam a fazer os relatórios sobre o adesão dos jovens às medidas educativas e encaminham os processos para a Justiça, que dá a palavra final. O procedimento ajuda a diminuir o grau de ansiedade. Além disso, também são desenvolvidas atividades de confraternização e é feito alerta à polícia para que fique de plantão.
