No dia em que pretendia se internar para tratar o vício do crack, Alenilton José Camargo de Souza, o “Nub”, 16 anos, foi encontrado morto, no início da manhã de ontem, na Vila Evangélicos, Tatuquara.
O adolescente foi executado com um tiro na cabeça, no meio da Horta Comunitária Monteiro Lobato, na Rua Josuel Ferreira. A Polícia Militar foi acionada pouco antes das 8h. A vítima foi identificada com a chegada da mãe e das irmãs do garoto.
Por volta das 23h20, vizinhos disseram ter escutaram o barulho de tiro. Uma moradora relatou que saiu na janela para ver o que tinha acontecido, porém não avistou nada. “Também olhei para a horta, mas achei que só fossem roupas. E, no fim, era o corpo do menino”.
Maria Camargo, que trabalha como catadora de papel e tem outros seis filhos, contou que Alenilton saiu de casa na noite de terça-feira com um amigo que passou para pegá-lo.
“Era um piá com quem ele sempre andava. Com certeza, ele foi querer roubar para sustentar o vício”, disse a Maria, que foi avisada por um vizinho da morte do filho. Investigadores da Delegacia de Homicídios não conseguiram muitas informações sobre o suspeito do crime.
Sem futuro
Usuário de droga desde os 14 anos, Alenilton ajudava a mãe a catar papel e tinha planos de fazer curso profissionalizante. “O pai dele foi embora de casa e ele me ajudava. Falava pra ele ‘vamos sair carrinhar para você conseguir dinheiro’”, disse a mulher.
Ela tinha esperanças em ver o filho recuperado depois de ouvir sua promessa: “Mãe, eu vou me livrar disso”. Mas a morte chegou antes para o garoto franzino, que terminou “consumido” pelo crack.