Desde o início do ano, a delegacia que atende crianças e adolescentes em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, registrou 125 ocorrências. O número é considerado alto em comparação a 2003, já que durante todo o ano passado foram 250 registros. Outro agravante é que a grande maioria dos casos envolve uso de arma de fogo e violência. Como não existem vagas nas instituições especializadas, eles permanecem detidos na delegacia.

“Eles estão alojados em uma cela como bandido qualquer, o que só vem reforçar uma tendência que eles já têm”, afirma a delegada Margareth Alferes Motta, que está respondendo pelas delegacia da Mulher e Adolescente no município. Segundo ela, os meninos permanecem durante o dia na Delegacia da Mulher e, como no local não há plantão policial, são transferidos à noite para a delegacia regional de São José dos Pinhais, e lá ficam separados dos demais presos apenas por uma grade.

Segundo a delegada, esse tipo de problema é uma falha de todo o sistema que envolve o cuidado e proteção ao menor. Margareth Mattos afirmou que com esse tipo de informação não quer criar pânico entre a população, mas chamar a atenção para que a violência da criança e adolescente está na base familiar: “Temos constatado que nos lares onde há violência doméstica existem menores infratores”.

Projeto

Para tentar reverter esse quadro, deverá ser retomado no município um antigo projeto que atuava no resgate das famílias. De acordo com Margareth Mattos, a iniciativa envolve profissionais como assistentes sociais e psicólogas, que devem trabalhar com terapia, palestras e grupos de apoio, principalmente com famílias e crianças que já têm antecedentes. A delegada falou que a meta é conseguir implantar o projeto o mais rápido possível, pois ele já funcionou no município e teia sido considerado modelo.

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