Para ser respeitado pela turma de escola – da qual é o monitor -, um garoto de 12 anos pegou o revólver calibre 38, pertencente ao irmão mais velho, e levou a arma para a Escola Estadual Eunice Borges da Rocha, na localidade de Contenda, em São José dos Pinhais. Só que a estratégia de se impor pelo medo não deu certo. O menino foi denunciado pelos colegas à professora, que acionou a Polícia Militar. Encaminhado à Delegacia do Adolescente do município, foi ouvido e liberado.
O tenente Edilberto Mazon, da patrulha escolar de São José dos Pinhais, contou que o menino apresentava bom comportamento na escola e em casa, tanto que foi escolhido para ser monitor da sala de aula. Porém, seus colegas não o respeitavam e ele teve a idéia de levar a arma para a escola, ontem pela manhã. Ao chegar, o garoto exibiu a arma para seus colegas, que contaram à professora que dentro da mala escolar do menino havia mais do que livros e cadernos. Apavorada, a professora acionou a polícia. ?Quando chegamos, às 10h30, revistamos a mala e encontramos a arma com três projéteis intactos. O garoto começou a chorar. É uma criança?, comentou o tenente. Mazon contou que o revólver pertence a um irmão do garoto e tem registro. ?Ainda não sabemos se ele tem porte. O dono da arma estava trabalhando?, disse o tenente.
Exemplo
O médico psiquiatra e chefe do Laboratório de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística, perito Rui Sampaio, consultado pela reportagem a respeito da ocorrência, disse que em casos como este é preciso analisar alguns fatores para entender o que levou a criança a tomar esta atitude. ?Muitas vezes, o modelo familiar favorece este tipo de atitude. Mas também pode ser auto-afirmação?, comentou o médico.
