Depois do trabalho, Maurício Júnior Kurudz, 14 anos, passou em casa, tomou um banho e foi para a escola. Na volta para casa, foi executado com dois tiros na cabeça, às 22h15 de quarta-feira, na Rua Antônio Rodrigues Dias, Cachoeira, em Almirante Tamandaré. Familiares e amigos não encontram explicação para o crime.
Alguns anos atrás, o irmão da vítima, Aldo Marcelo Kurudz, então com 17 anos, foi executado com tiro na cabeça, a poucos metros de onde Maurício foi morto. Junto com ele, outros três jovens foram mortos da mesma maneira, em uma chacina que ganhou repercussão. Na época, foi constatada a participação de policiais militares no assassinato dos quatro rapazes. Os acusados foram presos em 2002, junto com outras pessoas acusadas de praticar diversos crimes em Almirante Tamandaré. Entre elas, 21 mulheres.
A irmã de Maurício contou que ele não tinha problemas na escola e que ela costumava verificar o desempenho e a disciplina do irmão, pessoalmente, com a direção do colégio. O garoto estudava na 6.ª série do ensino fundamental e alguns de seus colegas comentaram que ele era tranqüilo e não se metia em confusão.
Maurício tinha acabado de passar pelo posto de saúde do Cachoeira, quando foi surpreendido. Apesar de moradores locais terem dito aos soldados Gomes e Caetano, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, terem ouvido somente os cinco estampidos dos tiros, foi relatado aos PMs que os assassinos usavam toucas e teriam fugido a pé.
De acordo com levantamento preliminar da perita Clélia, da Polícia Científica, Maurício foi morto com dois tiros na face, provavelmente de revólver. O garoto caiu com a mochila do material escolar nas costas e a carteira estudantil no bolso.
O delegado Marcelo Lemes de Oliveira, da DP de Almirante Tamandaré, disse que já tem o nome dos dois suspeitos de assassinarem o garoto.
