Foto: Átila Alberti/Tribuna

Meninas e policiais foram ouvidos ontem, na Corregedoria.

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O drama vivido pela família das garotas aliciadas para o esquema de pedofilia e extorsão, envolvendo policiais civis, parece não ter fim. A um passo da revelação dos nomes dos criminosos, elas temem vingança e, por isso, buscam ajuda para conseguir proteção. Não há informações quanto ao avanço das investigações, uma vez que, ontem, a corregedora da Polícia Civil, Charis Negrão Tonhozi, manteve-se em silêncio e não atendeu a imprensa. Entretanto, nos bastidores, circulava a notícia de que 13 adolescentes já foram ouvidas na corregedoria. Alguns policiais, incluindo delegados, também teriam prestado esclarecimentos.

Assim que o esquema envolvendo policiais civis ganhou repercussão na mídia e começou a ser investigado com rigor pela corregedoria, algumas meninas foram obrigadas a mudar sua rotina. Pelo menos duas delas abandonaram as aulas, e estão reclusas em suas casas. Uma das garotas, de 12 anos, mudou-se com sua família,

e a mãe dela, que trabalhava como empregada doméstica, perdeu o emprego. O medo surgiu depois que vizinhos contaram que viram carros, inclusive sem placas, rondando a residência. "Soubemos que teve gente querendo saber se a casa estava vazia e se as pessoas que moravam ali tinham se mudado. Acreditamos que alguns criminosos serão presos, mas o nosso medo é daqueles que ficarem soltos", disse a mãe. "Eu tenho medo que estes policiais me matem, e matem a minha família", completou a adolescente.

PIC

Temendo vingança, a jovem e sua mãe procuraram a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) para pedir proteção. Lá, elas foram atendidas por um promotor, que encaminhou pedido de inclusão da garota nos programas estadual e federal de proteção à testemunha. Sabe-se que o programa que atende o Paraná está sem recursos, então, a esperança da adolescente é que o programa federal lhe ofereça ajuda. Ela disse que reconheceu entre 6 e 8 homens através de fotografias mostradas na corregedoria da Polícia Civil.

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A corregedora Charis Negrão Tonhozi não comentou sobre o andamento das investigações. Assessores informaram que ela passou o dia em reuniões "pesadas", concentrada nos trabalhos envolvendo as denúncias da rede de pedofilia. Até terça-feira, sabia-se que 14 policiais, alguns lotados no 4.º, 7.º e 12.º Distrito foram identificados como participantes do esquema criminoso.