Com ferimentos no rosto, na cabeça e marcas de surra de cinto nas costas, uma garotinha de 10 anos chegou na escola, no bairro Cachoeira, na manhã de ontem. Pouco tempo depois, o padrasto dela foi preso por policiais militares do 12.º BPM e encaminhado ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria).
Ele confessou as agressões e tentou justificá-las, alegando que a menina não queria ir para a aula.
A denúncia foi feita através do telefone 181 (Narcodenúncia), que passou a receber denúncia de abusos contra crianças e adolescentes. Policiais militares foram até a escola e, depois de conversar com a menina, seguiram para a casa da família. De acordo com o soldado Cleverson José Siba, a criança tinha lesões, que pareciam ter sido provocadas por socos, no olho e marcas de agressão na cabeça. Aparentemente não havia marcas de violência sexual. O Conselho Tutelar foi chamado e encaminhou a menina a uma unidade de saúde para atendimento médico emergencial.
Medo
Os policiais encontraram Celso José da Silva, 46 anos, em casa, no Jardim Santa Terezinha, Abranches. Celso está desempregado e fica em casa cuidando da garota e do filho dele, de apenas três meses. Os policiais descobriram ainda que, quando Celso sai para recolher material reciclável pelas ruas, leva o bebê dentro de uma caixa. A criança também foi entregue a conselheiros tutelares. A mãe da menina, que trabalha como empregada doméstica foi encontrada no serviço. Ela disse que sabia das agressões, mas que não tinha tomado providências, porque também é ameaçada pelo companheiro
A delegada Ana Claúdia Machado, do Nucria, contou que foi feita a solicitação de exames de lesões corporais junto ao Instituto Médico-Legal (IML) para que fosse avaliada a extensão das agressões sofridas pela menina. "O agressor vai responder pelo crime de tortura", finalizou a delegada.