Não bastasse a vida miserável que levava, morando embaixo de uma ponte, um casal foi assassinado por espancamento, na madrugada de domingo, provavelmente enquanto dormia. Vilmar Rodrigues da Siolva, 37 anos, e a mulher conhecida por Zeni (cuja família seria de Santa Catarina) ocupavam a ponte sobre o Rio Iguaçu, no quilômetro 77 da BR-277, em frente à estação de tratamento da Sanepar, no Cajuru. Os corpos estavam na margem do lado de Curitiba – o rio divide a capital do município de São José dos Pinhais – e foram encontrados por dois pescadores por volta das 7h30, que comunicaram ao vigilante da empresa de saneamento e este chamou a polícia.
De acordo com o perito Alcebíades, do Instituto de Criminalística, o casal foi ferido por pelo menos duas pessoas, com algum objeto contudente, no rosto. O casal estava enrolado num carpete, que usava como cobertor. Ambos de bruços.
Ela estava sem as partes de baixo da roupa e, apesar da posição em que foi encontrada, com as pernas abertas, o perito não acredita que tenha sido vítima de violência sexual, e sim que estivesse em um momento íntimo com seu companheiro, quando os assassinos apareceram. Exames também deverão indicar se houve ou não violência sexual. O casal não guardava, junto a seus pertences, nenhum documento de identificação. O nome de Vilmar foi informado por familiares, no Instituto Médico-Legal.
Bebê
Segundo uma moradora próxima do local do crime, o casal estava morando junto embaixo da ponte há cerca de dois anos. Há aproximadamente cinco meses ela teve um bebê que acabou sendo levado por uma assistente social, diante das péssimas condições em que se encontrava. A moradora ainda contou que depois desse fato o casal passou uns tempos sumido, e fazia cerca de dois meses que havia voltado a morar embaixo da ponte.
Eles costumavam pedir objetos, roupas e alimentos nas casas ao redor. A moradora ainda acredita que ela tenha outros filhos.
Os investigadores Magalhães e Dias, da Delegacia de Homicídios, ainda não têm pistas dos assassinos nem conseguiram apurar o motivo pelo qual alguém atentaria contra a vida de dois pedintes.