Megaoperação caça perigosa quadrilha de ladrões de banco

Depois de três meses de investigação, a Polícia Federal deflagrou ontem a ?Operação Limpeza?, que resultou na prisão de membros de uma perigosa quadrilha especializada em assaltos a agências da Caixa Econômica Federal (CEF). Até a tarde de ontem, treze pessoas tinham sido presas. Nove foram detidas quando preparavam-se para invadir e assaltar o prédio da Justiça Federal, na Rua Voluntários da Pátria, em Curitiba, que abriga postos do Banco do Brasil e da Caixa. A operação continua até que pelo menos outros sete envolvidos sejam encontrados.

O começo da operação foi marcado por troca de tiros na Rua Mateus Leme, entre as Ruas 13 de Maio e Carlos Cavalcanti, no esconderijo da quadrilha. Por volta das 12h30, policiais federais, com apoio do Grupo Tigre, invadiram o prédio. Houve troca de tiros e dez criminosos tentaram escapar pulando janelas e muros. Um deles caiu do telhado e por pouco não feriu um policial. Apenas um dos marginais conseguiu fugir. Em seguida, o vigilante da Caixa da Justiça Federal, que passava as informações ao bando, foi preso. Com os criminosos foram encontrados explosivos, dinamite, pistolas, revólveres, crack, escopetas, um colete da Polícia Civil e um fuzil.

Assalto

De acordo com o delegado da PF Wagner Mesquita de Oliveira, o assalto estava previsto para acontecer na segunda-feira. Naquele dia, os policiais montaram um cerco no local, o que fez os assaltantes acreditarem que a ação era motivada por conta da greve dos vigilantes. Lá, os policiais flagraram os criminosos em ação. ?O vigilante passava informação para um bandido, que vestia uniforme igual ao do segurança. Com acesso livre à agência, eles entrariam com uma mala e duas armas. Outros assaltantes invadiriam a Caixa, enquanto os demais dariam cobertura na fuga?, contou o delegado. Os bandidos chegaram a cogitar a idéia de enfrentar a polícia, mas resolveram transferir o assalto para ontem, quando o plano foi abortado pela invasão da polícia ao esconderijo deles. Entre os presos estão o dono da pensão, onde o grupo se escondia, um envolvido com o PCC e outro conhecido assaltante identificado como ?Grilo?.

As investigações contaram com escutas telefônicas, cujo conteúdo deve ser divulgado hoje à imprensa. Entre as ligações, uma delas chamou a atenção. ?Depois do assalto, um dos bandidos ligou para a mãe, no Rio de Janeiro, e contava orgulhoso o que tinha feito?, disse o superintende da PF Delci Carlos Teixeira, lembrando que a maioria dos membros da quadrilha é do Paraná.

Nas escutas, os policiais descobriram outro plano dos marginais. ?Para se abastecer de armas, eles fariam uma denúncia anônima chamando a PM para uma ocorrência. Quando os policiais chegassem, iriam abrir fogo e matá-los?, contou o delegado Mesquita.

Caixa

Desde outubro do ano passado, a quadrilha já teria assaltado três agências da Caixa, situadas nas Rua Barão do Cerro Azul, Visconde do Rio Branco e Mateus Leme. Em um dos assaltos, cometido este ano, o bando é acusado de seqüestrar a filha do gerente da agência. A PF acredita que o alvo era a Caixa porque havia outros vigilantes do banco envolvidos com a quadrilha.

Crime adiado na Caixa

Maioria dos suspeitos é do Paraná.

De acordo com o delegado da PF Wagner Mesquita de Oliveira, o assalto à Caixa, na Justiça Federal, estava previsto para segunda-feira. Naquele dia, os policiais montaram cerco no local, o que fez os assaltantes acreditarem que ação era motivada por conta da greve dos vigilantes. Lá, os policiais flagraram os criminosos em ação. ?O vigilante passava informação para um bandido, que vestia uniforme igual ao do segurança. Com acesso livre à agência, eles entrariam com uma mala e duas armas. Outros assaltante invadiriam a Caixa, enquanto os demais dariam cobertura na fuga?, contou o delegado. Os bandidos chegaram a cogitar a idéia de enfrentar a polícia, mas resolveram transferir o assalto para ontem, mas não deu tempo.

Telefonemas comprometedores

As investigações contaram com escutas telefônicas. ?Depois do assalto, um dos bandidos ligou para a mãe, no Rio de Janeiro, e contou orgulhoso o que tinha feito?, disse o superintende da PF, Delci Carlos Teixeira, lembrando que a maioria dos membros da quadrilha é do Paraná. Nas escutas os policiais descobriram que eles armariam uma emboscada para policiais militares, a fim de roubar armas. Leia abaixo a transcrição de trechos dos diálogos.

Bandido fala com a mãe:

Assaltante: A senhora está sentada ou de pé?

Mãe: Estou de pé, agora eu sento aqui, uai.

Assaltante: Então, senta. Está escutando.

Mãe: Tô.

Assaltante: Eu assaltei um banco.

Mãe: Ai! Eu acho que é mentira. (desapontada)

Assaltante: Sério, mãe.

***

Bandidos combinam morte de PMs:

B1 – Uma mina pedir para dar um salve, tipo sexta-feira, um final de semana. E seguinte falar que está sendo roubada que está quebrada.

B2 – Ahã.

B1 – Aqueles camaradinhas vai vir e vai vir com tudo. E não vão estar esperando o presentão que vai estar aguardando por eles. Dá o dedo só na cara, tá ligado. Pegar os brinquedos e lixar a numeração e já era, mano. O bagulho é nosso.

B2 – Ahã.

B1 – Lógico, cara, os caras fazem isso aí lá pro lado em SP, Mato Grosso.
(…)

B1 – Vai pular tudo o que tiver dentro do carrinho-de-mão, certo? Os cara pensa que aqui só tem bunda-mole. Então, a PM vai ver que não é do jeito que eles pensam não, que tem o crime aqui também.

Valéria Biembengut e PC

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