O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) de Maringá, com o apoio do Nurce de Cascavel e a Subdivisão de Umuarama, prendeu nesta quinta-feira (14) um médico acusado de vender ilegalmente anorexígenos – remédios controlados para emagrecer. José Carlos Ramires foi preso quando entrava em seu consultório, no centro de Maringá. Durante toda esta quinta-feira foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nos consultórios e farmácias que pertenciam a ele. A polícia apreendeu diversos frascos de medicamentos como Anfepramona, Femproporex e Fluoxetina. As investigações começaram nesta quarta-feira (13) a partir de uma denúncia da Vigilância Sanitária.

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“Não são drogas ilícitas, mas são controladas, de acordo com a portaria 344 do Ministério da Saúde. Ele vendia os remédios para seus pacientes, só que este tipo de medicamento só pode ser comercializado com o recolhimento pelo farmacêutico de uma receita numerada – Receita B2 -, que posteriormente é encaminhada, com os dados pessoais do paciente preenchidos, ao Ministério da Saúde, e nada disso acontecia”, explicou o delegado do Nurce de Maringá, Fernando Ernandes Martins.

Com ele foram apreendidos vários anorexígenos. Na cidade também foi cumprido um mandado de busca em uma farmácia suspeita de vender os medicamentos para o acusado. Foi cumprido um mandado de busca e apreensão em Cianorte em um outro consultório dele. Em Umuarama, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão em mais um consultório que pertence a ele, em outra farmácia de manipulação e em sua residência. Em Cascavel, foi cumprido mais um mandado, em outro consultório do médico.

“Ele sabia das irregularidades da comercialização destas drogas, a Vigilância Sanitária já havia visitado seus estabelecimentos e posteriormente fez uma denúncia à polícia e ao Ministério Público”, disse o delegado.

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O delegado informou que José Carlos Ramires deve ser indiciado por tráfico de drogas, com pena prevista de cinco a 15 anos de reclusão.

Irregularidades

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De acordo com as regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o médico deve preencher uma receita B2 no consultório, com a fórmula do medicamento. O paciente entrega a receita na farmácia, que fica retida com seus dados pessoais e é encaminhada ao Ministério da Saúde. “No entanto, ele vendia a droga dentro do consultório, sem o recolhimento da receita”, disse o delegado.

Além disso, o médico é acusado pelo Nurce de vender receitas. “Temos a informação de que ele prescrevia as receitas por telefone, calculava a quantidade de medicamento do paciente de acordo com seu peso, altura e idade, a secretária preenchia a receita B2 e o paciente passava pelo consultório só para pagar R$ 120 e pegar. Chegamos a apreender hoje no consultório dele em Maringá um bloco com todas as receitas em branco, mas já assinadas”, disse o delegado.