Depois de quase seis anos aguardando por Justiça, o comerciante Elias Miguel Nicolau Neto finalmente vai ver seu irmão Wilson Nicolau sentar no banco dos réus para ser julgado pela morte de seu filho Luciano Nicolau. O júri está marcado para as 9h da próxima sexta-feira, na 2.ª Vara do Tribunal do Júri. ?Até a hora do julgamento serão 2.061 dias e 19 horas que meu irmão atirou no meu filho?, disse Elias, com os olhos cheio de lágrimas. ?Até que enfim isso vai acabar. Ele foi preso em flagrante pelo homicídio e não ficou nenhum dia preso?, comenta.
Luciano subia as escadarias da rodoferroviária, às 14h30 de 29 de dezembro de 2001, quando seu tio, no andar de cima, atirou. A bala acertou o peito do rapaz e saiu próximo à virilha, sem que a vítima tivesse chance de defesa. Luciano foi levado ao Hospital Cajuru por seu próprio pai.
Prisão
Wilson foi preso e encaminhado ao 6.º Distrito Policial (Cajuru), onde estava o então delegado Edson Costa. ?O inquérito policial não apurou nada e este homem foi denunciado por homicídio simples. Este delegado fez de tudo para livrar o assassino. Por isso não foi surpresa quando o mesmo delegado, que soltou o assassino do meu filho, foi preso por pedofilia e extorsão. Infelizmente também não passou muito tempo atrás das grades?, desabafou Elias.
Ele lembra que todas as testemunhas ouvidas em inquérito policial, pelo então delegado, mudaram seus depoimentos em juízo. ?Agora, o assassino do meu filho vai ser julgado por homicídio simples, porque o crime deixou de ser investigado corretamente e porque testemunhas importantes não foram ouvidas, mas elas serão chamadas?, adianta Elias.