Cansada das agressões e das ameaças de morte feitas pelo amásio Marcelo Kusters de Oliveira, 33 anos, Daniele Cordeiro de Campos, 25, o matou com vários tiros, durante uma briga.

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O crime aconteceu na noite de segunda-feira, mas o corpo só foi encontrado por volta de 11h de ontem, na casa onde eles moravam, em uma chácara da Borda do Campo, em São José dos Pinhais.

O carro do casal, o Gol placa NDK-1179, foi encontrado abandonado em uma estrada rural de Piraquara, com as chaves na ignição. A arma do crime foi achada dentro do tanque de lavar roupas, nos fundos da residência.

Marcelo era filho da escrivã aposentada Doralice Kusters e do delegado de polícia civil José Chaves de Oliveira, que morreu no ano passado por problemas de saúde. A mãe dele foi quem encontrou o corpo, quando foi visitar o filho.

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Aborto

Algumas testemunhas disseram que o casal estava junto há mais de dois anos e que era comum ver o rapaz alcoolizado. A mãe de Daniele disse que, por conta das agressões, a filha cometeu um aborto. Desde então, várias denuncias foram feitas mas ele nunca foi procurado pela polícia.

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Segundo Roberto de Miranda, chefe de investigação da Delegacia de São José dos Pinhais, ela entrará em contato com a Delegacia da Mulher para averiguar as denúncias. “O revólver, calibre 38, estava com quatro munições deflagradas. Vamos fazer o exame de balística e aguardar que ela se apresente para contar sua versão.”

“Minha vida era um inferno”

Em entrevista exclusiva ao repórter Antônio Nascimento, da Rádio Banda B, Daniele disse que está arrependida pelo crime, mas que agiu em legítima defesa e irá se apresentar nos próximos dias acompanhada de um advogado.

“Minha vida era um inferno, ele sempre me ameaçava com faca, já me machucou muito e por várias vezes eu procurei a Delegacia da Mulher. Desta vez ele estava decidido a me matar”, relatou a moça.

Na entrevista, Daniele contou que as ameaças se estendiam à sua família. “Ele sabia que sou muito apegada a minha mãe e sempre dizia que, se eu procurasse a polícia ou fosse embora, ele mataria, depois mataria o meu irmão até me encontrar”.

Ela afirmou que vivia em cárcere privado. Pouco antes do crime, Marcelo saiu de casa para comprar cigarros e voltou embriagado e agressivo. “Ele nem falou nada, só entrou no quarto em que eu estava presa e me atacou. Ele deu um tiro pra cima para me intimidar e veio para cima de mim. Eu o chutei e consegui pegar na mão dele. Não posso dizer que fui eu que atirei, mas os tiros acertaram nele.”