O adolescente Rodrigo de Araújo de Oliveira, de apenas 13 anos, foi morto com 11 facadas, na casa do seu pai, na Rua Rubens Padilha Mendes, Moradias Cajuru.
O assassino, depois de matar Rodrigo, tentou limpar o corpo e lavar-se na pia da cozinha. Na fuga, deixou a torneira aberta e trancou a porta, levando a chave consigo.
O pai do garoto, Carlos de Jesus de Oliveira, não sabe o motivo da morte do filho, que morava com a mãe na Vila Reno, no Uberaba, e passava alguns dias com ele. No entanto, um rapaz, identificado apenas como Elias, foi apontado como principal suspeito do homicídio. ?Esse Elias dividia uma casa aqui na frente com uma moça, mas se desentenderam e ele pediu para ficar uns dias aqui, até que arrumasse uma casa pra morar?, contou Carlos.
Ele disse que não conhecia o rapaz, mas não quis deixá-lo dormindo na rua. ?Eu sei que ele trabalha em uma lanchonete e até disse que ia arrumar uma vaga para meu filho?, completou o pai.
Na tarde do crime, Rodrigo havia seguido rumo ao emprego de seu pai, onde pediu dinheiro para o ônibus, alegando que Elias o levaria na lanchonete para tentar lhe arrumar um emprego. ?Quando cheguei do trabalho, vi que a casa estava fechada, pensei que meu filho tivesse saído, então fiquei esperando na frente da panificadora, pois estava sem a chave?, explicou. O vizinho, percebendo que vazava água por debaixo da porta da casa, chamou Carlos para que fosse verificar. ?Vi que era muita água e que havia sangue junto. Quando arrebentei o vidro da janela, encontrei meu filho esfaqueado.?
Segundo o soldado Peterle, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, logo que chegaram no local e se inteiraram dos fatos, mandaram uma outra equipe para a lanchonete onde Elias trabalha. ?Ele não foi trabalhar, mas o gerente disse que ele estava de atestado médico?, disse o policial.
Confissão por telefone
Giselle Ulbrich
?Não fui trabalhar porque matei uma pessoa.? Essa frase teria sido dita por Elias, quando telefonou para a lanchonete em que trabalhava, na Avenida das Torres, na manhã de ontem. Foi com esse e outros indícios que o delegado Cassiano Aufiero, da Delegacia de Homicídios (DH), conseguiu ter a certeza de que Elias é o autor do assassinato de Rodrigo.
Os motivos que levaram ao assassinato ainda são mistério. ?Não acredito que ele mataria só para roubar os 3 ou 4 reais que o garoto foi pedir a seu pai, para pegar o ônibus. Não dá para descartar que seja um assassino em série, pois ele não tinha motivo para matar. Até que ele se apresente e prove o contrário, acreditamos que o crime seja fruto de uma mente doentia?, afirmou o delegado. O policial suspeita que o garoto possa ter sofrido algum abuso sexual e solicitou exames ao Instituto Médico-Legal.
Falso
Outro fato levou a DH a confirmar que Elias seria o suspeito do assassinato. Para conseguir emprego, ele deu nome e documentos falsos à lanchonete que o contratou, identificando-se como Elias Carlos da Silva, 29 anos. ?É provável que seja foragido da Justiça?, disse o Aufiero, que já solicitou à lanchonete e ao supermercado imagens das câmeras de segurança, que certamente identificarão o bandido.
