Por causa de dinheiro, Dalcinei Soares, 24 anos, matou Natália Carvalho Ribas, 83, na chácara onde morava na área rural de Tijucas do Sul. A idosa foi asfixiada com o lençol que usava para se cobrir.

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O autor do crime foi preso logo em seguida tomando chá na frente da chácara onde sua prima Elizandra Soares de Lima, 33, mora. Ela é convivente do ex-marido de Natália, que é policial militar da reserva e tem 72 anos.

Segundo Elizandra, o idoso resolveu sair de casa porque tinha bronquite e não conseguia mais habitar a mesma casa que a mulher, que mantinha mais de 15 gatos na chácara.

Ele estava em processo de separação e convive há oito meses com Elizandra. Como Dalcinei roubou R$ 20,70 da chácara da idosa, o caso foi configurado como latrocínio (roubo com morte).

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Ao ser preso, Dalcinei confessou o crime e contou que agiu induzido pela prima depois que ela comentou sobre seus bens. O rapaz conta sem pudores que tem 17 passagens pela polícia, a maioria por furto e envolvimento com tráfico, e que há duas semanas veio de Itapoá, Santa Catarina, para ficar na casa da prima.

“Ele veio fugido de um traficante. E estava jurado de morte por lá’, conta Elizandra. As conversas com a prima sobre os bens e a aposentadoria de seu novo namorado fizeram crescer os olhos de Dalcinei. “Ele recebe uma pensão gorda. Acho que uns R$ 4 mil”, disse o rapaz sobre o dinheiro do idoso.

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Mas foi por causa do dinheiro da venda de um Fusca que Dalcinei teria ido até a chácara onde Natália ficou morando sozinha depois que seu marido saiu de casa. Por volta das 6h, o rapaz chegou até a propriedade desarmado, pulou as janelas e invadiu o quarto da idosa.

Ele alega que sua intenção não era matá-la. Mas como a idosa teria despertado, Dalcinei resolveu usar o próprio lençol para asfixiá-la. “Fiz isso no desespero”, conta.

Como não encontrou o dinheiro da negociação do carro, Dalcinei roubou apenas alguns tostões que a idosa tinha. Ao sair da chácara, o rapaz conta que não checou se Natália estava morta e retornou à propriedade da prima a cerca de 15 minutos de distância.

Quando chegou em casa disse a prima que o serviço estava feito e ela, por sua vez, resolveu chamar a polícia. Dalcinei estava sentado na varanda tomando chá quando foi preso por policiais do 17º Batalhão da PM.

Elizandra, porém, nega envolvimento no crime e afirma que, inclusive, chegou a avisar a polícia dias antes sobre as ameaças do primo, que já pretendia matar a idosa e o seu convivente.

“Eles não me deram ouvidos. Podiam ter evitado isso. Se eu fosse fazer uma coisa dessas, não teria ligado para a polícia. A ideia foi toda dele”, lamenta, chorando.

Segundo ela, o rapaz não é nenhum santo. “Ele chegou na minha casa manchado de sangue. Vivia dizendo que já tinha matado um monte de gente. Ele fez coisas que eu nem acredito”, diz a mulher. Dalcinei contesta e afirma que esta é sua primeira vítima fatal.

O rapaz, que era usuário de crack e hoje só fuma baseados, disse ter ‘ficado de cara‘ por ter sido denunciado pela prima. “Não sei o que vai ser de mim agora”, afirma o rapaz, que está preso na delegacia de São José dos Pinhais, onde Elizandra era ouvida na tarde de hoje (14).